I Have a Dream

No século passado, em tempos remotos, permeados por movimentos de reivindicações de direitos, no mundo, nos EUA e na Europa, o ato sexual era algo à parte do enlace matrimonial entre um homem e uma mulher. A fé cristã contribui para isso, que o homem não fornique. Global e instintivamente, o mundo se vê atenuado, ao mesmo tempo, ao carnal e à fé. Acreditar naquilo que não se deve aos olhos de Deus. Naquilo que não se vê, mas se sente. Sim. Isso é visível. Onde em países do Oriente a fé predomina. Reina casos de estupros. Mulheres que se "escondem" dos pés a cabeça, com roupas longas e seu véu. Dever delas perante aquela sociedade que impõe isso e as viola sexualmente. Acreditando que maneiras como essas são santas, e são. Mas o mesmo homem que acredita nisso, pratica o sexo sem preceitos ou receios. Sem pudor. Sem nada. As viola. Estupra. Crucifica o santo e se torna profano.

Há a liberdade de se praticar todos os tipos de atos. E o homem contemporâneo se diz detentor dos mais apurados “sentimentos”. Já que sua liberdade o protege, pois ter relações sexuais não é somente sentir prazer. Requer algo a mais: a teoria do respeito. Ou simplesmente o respeitar-se e dar-se ao respeito. Mas o homo sapiens sapiens ver a liberdade como poder. Autoridade. Imposição de moral. Caráter. Mas peca na afirmação disso. Acaba por perder a razão e a noção daquilo que é ser livre. Aprisiona as mulheres que viola.

Praticar o sexo libertino é "simples" por parte desses violadores, pois o sexo é prático. Fácil de se impor. De ser executado. Pois mesmo com a capacidade de distinguir o certo do errado, a prática sexual excessiva é convenientemente chamada de “liberdade”. De direito. Pois Deus deu a capacidade ao homem para tanto. Que se reproduza. Mas os homens se esquecem dos meios de que se utilizaram para cumprir isso e tentam justificar os fins a que chegaram. São inescrupulosos os esforços para provar que são viris. Machos. Chefes da casa. Da família. Porém acabam por deflagrar uma sentença: sexo é ir além dos limites estabelecidas pelo próprio homem. E pelas leis deixadas por Deus. O mesmo que eles acreditam ser o dono da fé que defendem.

É um direito e os homens nascem com essa liberdade, contudo, nada disso é explicável, não nos primórdios das gerações que se sucederam. De anos passados. De um século passado. Tempos que reinava a segregação racial. Onde negros americanos lutavam por verdadeiras ideologias; direitos. E nisso gerações como essas têm razão: a jovialidade dos jovens desse século não poderá explicar a constante busca do "prazer" através do ato sexual sem compromisso. Em razão disto os jovens perdem a noção de espaço, local, hora, seleção de pessoas e principalmente a consciência de que o mau uso da liberdade pode transcender nas gerações futuras que arrematarão o futuro de uma geração cada vez mais faltosa, calculista e apassivadora.

Geração essa que fará das próximas um mar de alienação. Como explicar um ato sexual praticado por seres racionais que beiram a irracionalidade da liberdade? A libertinagem é a última instância dessa tal liberdade. Tudo demais não presta. Não funciona. E ainda que porventura essa sociedade “moderna” não aceite a atual situação dos jovens, a geração futura será a mesma deste século, a mesma que se empenhará em confundir liberdade e libertinagem em meio aos atos mais banais possíveis.

É passível o direito à vida, sexo é vida, dizem que sim e confirmam os que praticam, torna-se um estereótipo o fazer “sexo” e quem “pega” somente um (a) ou outro (a) é extremista a ser um “otário (a)”, o ato sexual não é mais problema. O que não falta é oportunidade, pessoas modernas, flexíveis que se aventuram como se fossem verdadeiros “Dom Quixote”, mas não, isso significa dizer que há uma diversidade de oportunidade cada vez mais plausível. Perigosa. Ególatra. Errônea.

As gerações que vieram antes desse século, o XXI, são tachadas de “bregas” já que a geração desse século é “moderna” e luta por uma liberdade cada vez mais pressente. Porém o que importa para os jovens, os principais concomitantes, não é a prática excessiva desse ato, mas a diversificação do mesmo. "Pegar todas", ou melhor. obrigá-las a isso. A uma transa sem interesse ou sentimento.

Será que a sociedade em geral, a brasileira, fugirá desse problema? Não sei. Preciso ver descrito não em leis, mas em uma proposta de soluções para jovens perdidos que englobam os mais severos estereótipos, preciso assistir essa sociedade descriminando qualquer tipo de preconceito. Só não espero uma coisa: que esta mesma sociedade se vingue deste alerta, mas que se fortaleça com essa palavra amiga contra o mal da geração de todo um século: a apurada sexualidade em tempos tidos como “modernos”.

Não deixe que a mesma “breguice” de se relacionar com uma única pessoa, torne-lhes sociedade, uma fábrica de hipocrisia que beira a “irracionalidade da libertinagem”.

Meu eu sempre esteve em estado de latência. A mesma latência que Martin Luther King teve: Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Mas não nos esqueçamos que na verdade tudo pode ser explicável só basta uma coisa, o sonho de dias melhores para quem não tem a noção do perigo em que se encontra, pois o mundo é moderno e acessível, mas nos corrompe a todo o momento, ao piscarmos as pálpebras dos nossos olhos. Ele nos mistifica, entretanto, pertencemos a ele e como tal, somos imperfeitos, o que não podemos é achar que atos como estes são normais visto que:

Sexo verbal não faz meu estilo

Palavras são erros, e os erros são seus.

Não quero lembrar que erro também

Um dia pretendo tentar descobrir

Porque é mais forte quem sabe mentir

Não quero lembrar que eu minto também

[...]

Somos pássaro novo longe do ninho.

Bruxo Gauche, Martin Luther King, Legião Urbana e Renato Russo
Enviado por Bruxo Gauche em 29/01/2015
Reeditado em 13/05/2017
Código do texto: T5117953
Classificação de conteúdo: seguro