SOBRE AS MULHERES - COMO ENTENDÊ-LAS? VERSÃO REVISTA

Se você é daqueles homens que não entendem de jeito nenhum as mulheres com quem se relacionou ou a com quem se relaciona, antes de reclamar disto certifique-se de que...

... você não é surdo. Se for, aprenda leitura labial, ou ensine-lhe a linguagem dos sinais.

... estão falando em Língua Portuguesa (se ela for surda, aprenda a linguagem dos sinais ou ensine-lhe leitura labial).

... você conhece a Língua Portuguesa.

... está prestando atenção ao que ela diz e faz.

... conhece as expressões idiomáticas da Língua, bem como gírias e as figuras de linguagem, tais como ironia, metáforas, pleonasmos propositais ou viciosos, eufemismos e outras.

... reconhece as linguagens gestual e corporal (se for cego, peça que ela abuse dos adjetivos ao invés dos gestos).

... (se estão falando em uma Língua que não a sua Língua original) está estudando ou já conhece a cultura do país de onde ela veio e as expressões idiomáticas, bem como as gírias.

... (se estão falando em Português, que não é a Língua original dela), explicou-lhe a cultura brasileira, as expressões idiomáticas e as gírias que pessoas da idade de vocês usam.

... (se ela for muito mais velha) de estar ensinando-lhe suas gírias e aprendendo as dela, pois ela não tem obrigação de conhecer as últimas gírias ou pode não se sentir à vontade usando-as.

... (se ela for muito mais nova certifique-se - de que ela não é menor de idade legal, pois isso é antiético e é crime - e de) de estar ensinando-lhe suas gírias e aprendendo as dela, pois você não tem obrigação de conhecer as últimas gírias ou pode não se sentir à vontade usando-as.

Se, ainda assim e apesar de toda a sua boa vontade e de todos os terríveis esforços mentais que você fez, continuar sem entender a mulher com quem se relaciona, há apenas duas alternativas, que não afastar-se de todos esses seres do gênero feminino, incompreensíveis demais para o seu intelecto:

ALTERNATIVA A: Não entendeu o que ela disse ou fez? Pergunte e ouça a resposta com atenção. Se discordar profundamente da justificativa dela, talvez ela não seja a mulher certa para você.

Se a resposta não for clara, exponha-lhe suas dúvidas, se ela o ama terá paciência em lhe explicar tudo novamente.

Se a resposta não for objetiva, diga-lhe isso e peça que seja mais específica.

Se a reposta não for racional, aponte-lhe a falha no raciocínio dela.

Se ela continua incompreensível para você, talvez seja você que não esteja conseguindo ser claro, objetivo e racional.

E nesse caso talvez você não seja o homem certo para ela.

ALTERNATIVA B: Não entendeu o que ela disse ou fez? Repita os passos da alternativa A e vá estudar um pouco, ora bolas, sobre os assuntos que vocês conversam. Pode não ser um caso de você não entender de mulheres, mas sim de não entender de nada.

Mas se for você o intelectual da história e não entender o vocabulário simplório dela, ensine-a, corrija-a e, ao mesmo tempo, tente ser mais coloquial e prosaico. E mande ela estudar, ora bolas.

Se, ao final de tudo, você continuar sem entender a mulher com quem se relaciona, então, sinto muito lhe dizer, mas, talvez, apenas talvez, não estou afirmando nada categoricamente, sabe? Talvez você devesse rever as suas preferências, no que se refere às mulheres. Quem sabe... procurar alguma mais... digamos... Ahm... bem... procurar alguma mulher com um intelecto mais próximo do seu?

Alguém com um intelecto que seja compreensível para você...

Pode ser, sabe? Que ela simplesmente esteja muito acima do seu alcance de raciocínio.

Que tal procurar alguém assim... mais semelhante a você quanto ao nível intelectual... entende?

Para o bem ou para o mal.

Talvez seja apenas o caso de uma disparidade de nível de instrução? Se for, é muito mais fácil de resolver...

Peça que ela seja mais prosaica, mais coloquial e menos técnica, científica, rebuscada ou tão incompreensivelmente (para você) intelectual.

E para terminar, uma piadinha infame:

Einstein estava deprimido, suspirando entristecido, cabisbaixo, escorado tropegamente num balcão de bar, com as primeiras anotações da Teoria da Relatividade na mão, quando um jovem estudante o viu e perguntou:

O que houve, professor? Qual é o problema?

E Einstein: Minha mulher não me entende!

E um final pretensamente edificante, para estragar tudo:

Lembre-se:

Não existe uma entidade universal, que habita todos os corpos femininos, e de mentalidade homogênea, denominada "as mulheres".

Assim como "os homens" não são todos iguais!

Não deixe que generalizações idiotas repetidas idiotamente por todos os idiotas de todos os tempos limitem suas relações com as outras pessoas, ou se tornem MACHISMO, que é um preconceito tão ofensivo e irracional quanto a homofobia, o racismo, e tantos outros preconceitos que abundam neste mundinho virtual.

E, infelizmente, estes preconceitos vêm do mundo físico, não é?

E nele é que estão as consequências mais desagradáveis e, mesmo, perigosas.