EDUCAÇÃO PARA A MÍDIA

Embora não seja papel da mídia nos convencer de qualquer coisa, é isso o que mais acontece, pois não estamos preparados para interpretar os discursos propostos.

A escola não nos ensina sobre isso. Mas deveria! O professor pode (e deve) contribuir de forma significativa na formação de leitores críticos. Nas aulas de língua, por exemplo, ao tratar gêneros textuais, inserir discussões sobre as ideologias existentes por trás das notícias, seria uma prática que poderia transformar pessoas.

A apresentação de fontes distintas tratando do mesmo assunto proporcionaria aos alunos a oportunidade de perceber as diferentes formas de abordagem de cada veículo. Mas, infelizmente, às vezes o próprio professor é “midiota” (termo retirado do texto “O estranho mundo dos midiotas”, assinado pelo jornalista Luciano Martins Costa, na página do Observatório da Imprensa). Não é difícil deduzir o significado de “midiota”: é o sujeito que não interpreta, não questiona, não duvida... é aquele que acredita no que a emissora “X” informa como se fosse a verdade mais absoluta.

Temos uma imprensa poderosa e manipuladora, que se aproveita das pessoas ignorantes. E faz isso todos os dias, até o ponto de facilmente conseguir levar multidões às ruas para questionar sabe-se lá o quê. Sim, muitos que estavam ontem nas ruas sequer entendem o significado de “impeachment”.

Precisamos de muita leitura e, principalmente, senso crítico. O nosso despreparo é perfeito para os golpistas! Não atentamos para o fato de que, além da notícia, muitas intenções e interesses individuais escapam da nossa compreensão.

"Educação para a Mídia" bem que poderia ser ensinada nas nossas escolas. Mas, enquanto isso, vamos tentando... de olhos bem abertos!

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 16/03/2015
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