CABEÇA DE ESQUERDISTA X CABEÇA DE DIREITISTA

Eu sempre posto opiniões que abordam a política e elas algumas vezes me trazem comentários. Alguns desses chegam a me acusar de esquerdista, avermelhado e coisas do tipo. Porém, essas são acusações recentes e feitas por leitores que se repugnam contra os argumentos de um texto específico recente, sem olhar meu histórico de publicações.

O que direitistas vêm fazendo com este país da Copa para cá realmente não merece da minha parte opinião favorável, mas eu já os apoiei. Já teci textos que inocentam os militares, que enaltecem gente como o Bolsonaro ou o Marcos Feliciano; a Raquel Sheerazade ou o Joaquim Barbosa. Nunca, é claro, sem que eu estivesse espontaneamente motivado a fazê-lo e nunca apresentando argumentos que não fossem válidos.

Agora, por exemplo, marco um ponto para o conservador Eduardo Cunha quanto a redução da maioridade penal. Coisa que esquerdistas, que preferem se manter no poder ampliando e preservando o caos, se dão nos nervos para se opor e colocar a população contra.

Tomo como exemplo, para ilustrar minha visão da índole dos membros de cada lateral, uma reportagem que vi, na qual um homem foi esfaqueado e teve o celular roubado, dentro de uma estação do Move de Belo Horizonte, e mais a questão da pichação de prédios e monumentos que desanimam qualquer cidadão organizado e de gosto apurado a permanecer nas cidades ou a, no mínimo, sair de casa. Vou tentar discorrer dialeticamente sobre os dois assuntos.

No primeiro caso, o que me deixou revoltado foi o fato de na cena filmada do assalto no MOVE conter ofuscamentos na imagem para impedir a identificação de bandidos e vítima. Curiosamente a vítima apareceu no dia seguinte de cara limpa para falar do caso. Em Belo Horizonte parece que a imprensa, com foco na televisiva para este caso, foi contratada para criar uma imagem negativa do MOVE. Não cabe aqui tecer sobre as razões.

Mostrar cenas de um assalto dentro de uma estação é algo que leva a população já atormentada pelas campanhas publicitárias do ataque anteriores a rejeitar o sistema de transporte. Muito se fala nas ruas sobre cenas plantadas. Fabricadas para serem mostradas na TV com o uso de técnicas na apresentação de maneira a manobrar a opinião de quem se expõe a elas. Se o rosto dos atores que fizeram os bandidos fosse nitidamente mostrados eles poderiam ser reconhecidos na rua e alguém poderia cobrar providências.

Uma das desculpas que a TV dá para o uso do efeito que impede a identificação de rostos é que poderia se tratar de menores de dezoito anos e isso os exporia, ferindo, com isso, a Lei do Menor. Deve-se, nesse caso, proteger o criminoso. A vítima que se dane, sendo de maior ou de menor. Esse álibi a TV não teria para sustentar as jogadas de quem a contrata para esse tipo de golpe na opinião pública se a redução da maioridade penal fosse aprovada. Passariam a ter que arrumar atores cada vez mais amadores e suscetíveis à falhas devido ao decréscimo da menoridade. Aqui nesse exemplo quem ataca mais frequentemente é a direita.

A outra questão é a que aborda as pichações. Muita gente se esgota psicologicamente de tão enojada que fica por ver o vandalismo causado pelos pichadores. Eles picham até vidro agora. Até os assentos dos ônibus. E hoje em dia há câmeras filmando tudo, em todo lugar. Não é de se esperar que seja pouca gente pichando de tão alastrado que está o maldito trabalho que suja até onde só há barranco de terra. E a polícia não apresenta ninguém.

Nem polícia e nem prefeituras tomam providência alguma. E os imoveis e até monumentos depredados são mais privados do que públicos. Quem tem o imóvel depredado são os verdadeiros donos da cidade. Que mandam em tudo e especulam o setor imobiliário. Às vezes até se dando o luxo de deixá-los abandonados. Gente de poder que não pode impedir de sofrer com a ação de vândalos? Tá na cara que quem está por trás dessa violência e que a sustenta por algum motivo é gente graúda.

Autoridades que têm voz e visibilidade às vezes dizem que é difícil impedir a pichação. Dizem que já tentaram responsabilizar os comerciantes de tintas sprays, mas que não deu certo. E ainda há os que falam que os autores dessa destruição são menores de idade. Que são apanhados, mas que logo logo estão na rua novamente graças a Alvarás de Soltura que advogados especialistas ficam de prontidão nas delegacias para expedir.

Ora, então, se querem mesmo acabar com o problema, em primeiro lugar, reduzem a maioridade penal, já ataca na cerne, e em seguida, acabem com a fabricação da tinta. Os pichadores conseguem obter a tinta, conseguem sujar onde querem sem ser incomodados, mas não conseguem fabricar a tinta. Vai matar o mal pela raiz.

Afinal, para que serve essa tinta spray ou essa arte que não para aborrecer as pessoas e sujar a cidade? É imaginável suspeitar que quem vende para os meliantes ou quem fabrica para esse vendedor vender deve fazer parte de uma cúpula que explora esse nicho de mercado. Senão não teria tanta gente espalhada por toda parte para alastrar a feiura que é o que eles picham.

E esse comportamento de pichar, inocentar pichador e impedir a redução da maioridade penal baseado em explicações torpes é típico da esquerda. Isso causa governo ou oposição por meio do caos. Governo que usa rebelar as pessoas para que quem desejar oferecer ordem em uma campanha eleitoral e com isso ganhar a simpatia do eleitor não consiga atingir seu objetivo. Formar pessoas para causarem desordem e se sentirem defendidas por quem as trata como entes excluídas da sociedade e que procuram por espaço. Ou seja: elas se sentem bem como bode expiatório transitório. Depois que esses políticos que dizem que interessam pelo problema delas se elegem, elas são as primeiras pessoas a serem descartadas dos projetos deles.

Eu não me enquadro em nenhum desses perfis, por isso não posso ser chamado de avermelhado ou de tucano. Eu tento chamar a atenção das pessoas para o perigo de um polo desses sair vencedor no braço de guerra. Precisamos é pegar o que cada lado apresenta de bom, bater no liquidificador e distribuir nos copos. O povo organizado unido é melhor do que qualquer representação política lateral.