A violência que ascende

A violência não é um simples ato sem consequências nem uma atitude isolada desses supostos coitadinhos e coitadinhas que estejam a merecer atenção especial pela sociedade, enquanto alguns segmentos radicais defensores argumentam supressão ou ausência dos chamados indicadores sociais como se isso justificasse tanto sangue derramado por suas vítimas; mas a violência está globalizada, generalizada e exercida por indivíduos igualmente dispersos também pelas classes mais privilegiadas, numa demonstração de que não se trata de defasagem financeira dos grupos. Se a violência tem suas causas porém não existem explicações para a geração das vítimas. Querendo ou não ela está modificando todos os paradigmas que herdamos das gerações e que deveríamos exercitá-los e não os fazemos em razão do medo que abate sobre nós todos. Essa violência desmensurada e já desumana está transformando toda a sociedade e há ainda quem possa tirar proveito em alto estilo. Compreensível, desde que seja para minimizar resultados praticados pelos facínoras. Entre muitos setores que se altera ou se cria em razão da selvageria, a violência vem ditando a forma da população vestir no nosso país. A moda fashion está freneticamente se adaptando como proteção à insegurança pública, quer no calçar, quer nas peças dos vestuários, quer na qualidade dos acessórios, usando bijuterias ao invés de joias e por aí se vai por essa passarela onde não mais se desfila nas vias públicas. Sem dúvida, criam até postos de trabalho então nunca imaginado sem razão desta aventura estúpida medieval. Não só através da moda, mas por outros aspectos de vida a população já indefesa pede socorro para enfrentar e controlar essas agressões praticadas mesmo por indivíduos conhecidos da comunidade a qual pertencemos. O comportamento violento está alterando a rotina de todos de um dia para o outro; essa nefasta violência altera os costumes, amordaça as pessoas e impõe a lei do silêncio, como se a população fosse conivente com essa brutalidade. Ela está encarecendo a vida em troca de um pequeno instante de tranquilidade quase nula. Onera e inclui despesa extra no orçamento como projeto de compulsória defesa. Transforma residência em fortaleza e fortificação com sistemas eletrônicos ou até em casa mata, inclusive com uma dependência reservada como quarto do pânico para quem suporta grandes gastos no orçamento. Blindam-se veículos e ambientes e se depende de um oneroso esquema privado de guarda-costas. Altera a forma de se locomover nos veículos e modificam-se rotas e observações de novos horários para locomoção aos lugares essenciais. Priva-nos do que nos é mais essencial, a nossa liberdade, impedindo o exercício regular e constitucional, o sagrado direito de ir e vir. Causa êxodo e deprime qualquer região quanto ao seu marcante desenvolvimento; desemprega um segmento produtivo enquanto amplia o quadro de empregados de funções oponentes aos fatos movidos pelos elementos ferozes que não tem quem os enfrente em nome da lei ou de uma nova lei que o próprio Estado possa observar cumprindo a sua parte; a violência que se expande também conserva grupos em regimes mais sedentários onde ali se estabelece o comando do crime, nos presídios e nos adensamentos populacionais descontrolados; impõe o desenvolvimento de tecnologias de ponta; tira os contingentes policiais preventivos da inércia, ainda que em vão e faz dotar os nosocômios de mais aparatos médicos anti-traumatismo; põe a cúpula administrativa em alerta a espera de um delito de grande repercussão e mantém as família em cárcere domiciliar; inabilita alguns para o trabalho, deixa órfãos e defasa o erário com pensões e aposentadorias precoces, ao mesmo tempo que lota leitos hospitalares e superlota casa de reclusão. Ela está no campo demográfico, nas mentes e nas mídias; impõe obediência e onera o contribuinte sem qualquer retorno; assim, amplia o custo Brasil, cujo dinheiro escorre pelo esgoto sem rumo enquanto polui a sociedade. Que a violência tenha um opositor atuante a altura de sua maldade.