PN X PN: Engordando a praia e o bolso

Edições e reedições de decretos de calamidade pública. Estudos e reuniões ordinárias e extraordinárias tem sido feitas pela PN - Prefeitura do/de Natal, com autoridades e técnicos competentes em diversos assuntos: políticos, administrativos, científicos e turísticos. Os objetivos de tais reuniões objetiva discutir a situação da calçada, ou calçadão, como alguns preferem, de PN – Ponta Negra, que vem sendo destruída(o), erodida(o) pelo mar.

Entre estudos e avaliações foi sugerida a “engorda” da praia, ou seja, o aumento da faixa de areia, que poderá ser feita por transferência de material de outro local, ou pela dragagem no fundo do mar, ali mesmo. Quem sabe a dragagem da barra do Rio Potengi contribuindo com o aumento da profundidade do canal, permitindo um maior calado na entrada do porto, facilitando o acesso de navios maiores. A começar pelo transito de dragas, chatas e rebocadores transitando entre a entrada do porto e a PN – Praia de Ponta Negra, diminuindo a monotonia da linha do horizonte.

Todo estudo que envolve a natureza é baseado em observações anteriores, quanto maior o volume de anotações e verificações, o histórico e número de observações, mais as chances de se obter padrões. E os resultados, novos valores, podem ser previsíveis ou estimados, seus futuros comportamentos. As dinâmicas atmosféricas, oceanográficas e geológicas.

Desde a época dos tsunamis ocorridos no oceano Pacífico, um ano depois o lixo do Japão tem chegado ao Alasca. Já se falou em mudança do eixo da Terra, com os tsunamis, o que consequentemente muda o nível do mar. A as anotações feitas em anos anteriores perdem o valor para futuras previsões. Com relação aos testes atômicos, não se divulga resultados nas mudanças geodésicas. Lançamentos de foguetes e satélites, idem.

O regime climatológico do mundo está mudado. Previsões de tempo são feitas baseadas em modelos matemáticos, com incógnitas e parâmetros pré-determinados. As correntes marítimas podem estar sofrendo alterações. Os parques de energia eólica que estão sendo instalados no RN não se utilizam de mapas de vento existentes, eles estão desatualizados. Torres avaliadoras são instaladas para medir a incidência de ventos predominantes, antes das torres eólicas definitivas. Visualiza-se o uso de energias alternativas, orientadas por países desenvolvidos e possuidores da energia atômica, favorecendo e incentivando os outros países a não ter.

A urbanização e a modificação do meio ambiente acontecem de maneira desordenada e imprevisível. O sistema de controle e fiscalização é lento, deficiente e complicado, de interesses diversos.

O mar tenta recuperar o seu espaço, um dia tomado. Os limites para construção e ocupação da região costeira, definidos pela Marinha e pelos estudiosos no assunto não são respeitados. Existem limites determinados para a região costeira, a ribeirinha e de encostas. È visível o declive da Avenida Roberto Freire (quando paralela à praia), em direção ao mar. Uma área ocupada por construções, hotéis, pousadas e restaurantes,

todos disputando uma vista para o mar. Disputando uma condição privilegiada, entre outros. A região é famosa pelas dunas fixas e móveis (???). A cidade foi construída em cima de dunas fixas ou dunas móveis?

Comenta-se sobre a resistência do Forte dos Reis Magos, que foi construído sem o conhecimento tecnológico de hoje e ainda resiste aos anseios do mar. O Forte é um forte, e foi construído para defender o território conquistado, e não para lazer de turistas. Ele resistiria aos ataques marítimos da época e com certeza não aos ataques aéreos de hoje.

O projeto de ‘engorda’ vai somente engordar os caixas de empreiteiras, construtoras e transportadoras. A ‘engorda’ poderá atender a cidade somente durante a Copa do Mundo, preservando a imagem de cartão postal da cidade. O que acontecerá depois ficará por conta de quem continuar aqui.

Seguindo este ritmo, em breve poderemos ver uma licitação para a compra de peneiras que “depois de análises técnicas e estudos incessantes descobriu-se que protegem do Sol”. Pesquisas chegam a conclusões que se pretende chegar, enxergamos apenas aquilo que queremos enxergar.

Parnamirim/RN - 01/02/2013 Roberto Cardoso (Maracajá)

Marine and Land Survey Cientista Social Técnico em Meteorologia Produtor Cultural | Agente Cultural | Ativista Cultural Reiki Master & Karuna Reiki Master

Sócio Efetivo do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)

Texto publicado

Blog do Fiscal - 02/fev/13

jornal de Hoje - 2/3 fev. 2013

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 05/08/2015
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