Santa Felicidade

Tanto antegozei o congraçamento dos pitanguapos, familiares e associados no Santa Felicidade, e tanta facilidade, para, na horagá, fazer forfeit. Mas o que lhes posso assegurar é que não foi u doce. Antes fosse. Súbita indisposição que, suponho, tenha a ver com a veiera mesmo.

E se não me advém a ressaca do day after, vem-me também, tenho que admitir, um tico de consolo, malgrado ter-lhe dado o bolo: e se de repente, à semelhança do que fez com Dilmamá, ao recusar pagar sua estada no Hotel Rennaissance, o governo de interino, em exercício, resolvesse também suspender minhas diárias no Santa Felicidade?

Sei que podia contar com a benevolência costumeira do Imperator Romulus Augustus, para obsequiar-me com mais essa gentileza, mas me envergonharia onerar o amigo. Aliás, foi desse gentil primogênito do Zilu a iniciativa de dar-me uma ligada para saber a razão, ou a falta dela, de meu ignorado paradeiro. E o próprio Barcelos, ao seu lado, pode constatar meu instantâneo exílio pelo entrecortado embargo da voz.

No fundo no fundo, vai ver que eu estava mesmo era fugindo do pau...lo. Afinal, foi carregado de emoção que chegara a Pitangui, na véspera, todo enfatiotado, para receber, no salão do antigo clube social da cidade, das mãos do Wagner Colombarolli a preciosa comenda do Instituto Histórico e Geográfico de MG, comemorativa dos 300 anos da Velha Serrana. E tive a ventura de reencontrar-me com amigos e contemporâneos de eras priscas que, cada um à sua maneira, deram e continuam dando, sua contribuição, ou graça, à cidade. Wellington, Dinho da Bia, Reinaldo Rohr, Jorge Guerra Brasil, Zezé Valério, Edilson Lopes, entre os que me ocorrem agora. E até meu mano Tadeu, ausente em viagem, foi evocado em razão de sua presidência no IHP.

Adelan Brandão, nossa Callas, de salões e salas, o representou na oportunidade.

E enquanto aguardava a outorga do laurel que, singularmente é uma medalha retangular, pus-me a matutar no que havia contribuído efetivamente para tamanha distinção, até que o locutor-apresentador, deu-me, de bandeja, a resposta: co-fundador do Instituto Histórico de Pitangui. E com efeito, estou lá, consignado naquela Ata histórica, de 1968, ao lado de tantos próceres do nosso burgo, alguns dos quais já em gozo pleno da eternidade. E um deles, pelo menos, está na Nigéria, em missão transitória, achando que lá também achará jabuticabas...

Alguns instantâneos que me chegaram do encontro no Santa Felicidade corroboraram o que me passava pela cabeça: uma orgia da alegria. Mais uma vitória dessa nossa tão amistosa confraria.

Abraços

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 12/06/2016
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