Chapecoense e a frieza dos "intelectuais"

Uma tragédia com a dimensão que ocorreu com a delegação da Chapecoense traz reações diversas dos mais diversos meios. Uns mais emotivos, outros mais neutros. Nesse momento é que a gente percebe o caráter (verdadeiro) dos formadores de opinião.

Três pessoas me chamaram atenção pela frieza e pela obsessão ideológica. Uma ativista da favela, um esquerdista da velha guarda e um ex-esquerdista.

Ana Paula Lisboa, colunista do "O Globo", escreveu um artigo bem confuso sobre a comoção nacional pela tragédia com o avião. Num texto pra lá de obscuro, ela tenta evidenciar o fato que a violência cotidiana banalizou os homicídios de jovens no Brasil. Para ela, essa é a verdadeira tragédia, que ocorre todos os dias, e que não é lamentada. Bom, a ideia dela é boa. Sim. Mas a forma que ela escreveu e expressou isso, não! Em vários momentos há expressões de claro deboche pelo desenrolar da tragédia. Senti vergonha alheia quando ela citou no meio do texto, sambistas e letras de sambas para

justificar impassibilidade frente a tragédia aérea. Então é assim, Ana Paula? se tragédia não ocorre no morro, então dane-se? Você acha que essa frieza vai resolver alguma coisa?

Outra análise que vi foi a de Bemvindo Cerqueira, no seu canal de Youtube. Ele faz uma relação entre a tragédia a questão do Ego humano. Bom, isso no começo, porque depois ele manobrou para imputar a questão do ego, da fragilidade da matéria humana, para atacar o Temer. Isso mesmo! Usou uma tragédia como arma na guerrilha política particular dele. Simplesmente ridículo! E como se pode esperar desses meios de comunicação de "jardim fechado", choveram elogios para essa palhaçada. O senso moral desse público infantil fica surdo quando ouvem o que querem, quando o (pseudo)intelectual endossa a ideia deles.

Eu me assombro pelo tom de escárnio dos dois esquerdistas ( a Ana e o Bemvindo), pois a empatia e a comoção pela tragédia da Chapecoense se deram principalmente porque eles lutaram por anos para conquistar algo, maioria dos jogadores tinham origem humilde; e justamente uma tragédia fruto de negligência lhes tirou tudo.

Por fim, vou falar da frieza dos textos de Reinaldo Azevedo sobre o acidente. No primeiro, houve uma comemoração, digna de gol de final da copa, pela ausência de vaias pela presença do Temer (ele de novo) no funeral coletivo. No outro, o ex-intelectual de esquerda, critica o pai de uma das vítimas, pelo fato do sujeito ter reclamado da atitude do Temer (de novo). Sem comentários. Sério. Vou fechar na conclusão.

Isso é intelectualidade? isso é convicção? Ficar cego a ponto de perder a empatia, a sensibilidade. Em nome da ideologia, dos ideais, esses ditos intelectuais usam uma tragédia como forma de defender o que eles pensam que é melhor para todo mundo. Parece que, para gente assim, as pessoas são apenas peças para o jogo deles; que os fatos, desgraças, estatísticas e tragédias são o tabuleiro para suas estratégias.

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 08/12/2016
Reeditado em 08/12/2016
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