Eu sei que engordei

Eu engordei muito nos últimos anos e sempre tenho ouvido de amigos e colegas sobre isso, como se não fosse evidente, sempre com um tom preocupado com "o que tenho me tornado": gorda.

Essa semana a postagem de "não comentarem" o fato de eu ter mais quilos agora do que já tive antes me incomodou bastante, como se fosse criminoso comer demasiadamente, ou mesmo fazer parte do grupo dos que tem transtornos alimentares.

Não é cruel dizer para alguém que essa pessoa está mais gorda, mas associar o peso a satisfação pessoal, a auto-estima, falar sobre tecido adiposo como se isso determinasse todo um conjunto de características femininas.

Apesar do meu peso ser muito maior do que era há 3 anos atrás nunca me senti mais amada, desejada, com auto-estima tão elevada e isso tem a ver com a soma de qualidades e características que eu tenho e não aos quilos na balança.

Entretanto nem todas as meninas e mulheres se sentem empoderadas para lidar com seus corpos, cobrados de serem magros, siliconados, sem marcas, sem pelos... corpos artificiais!

Não desejo para essas mulheres que ignorem seu peso, mas que tomem consciência de que isso não pode ser um ponto final em seu amor próprio e vejam que isso é alienação de suas personalidades.

Reafirmo mais uma vez o que já falei hoje: Mulheres, se amem, aceitem quem são, saibam que não são corpos apenas, vocês são pessoas incríveis que não se limitam a números nas roupas. Empoderamento é isso, não acatamento dessas regras imbecis e obediência cega, desnecessária!

Ruana Castro
Enviado por Ruana Castro em 30/01/2017
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