Nem todo feminismo é extremismo

Muitas pessoas podem não saber, mas o feminismo não é ideologicamente homogêneo, é um aglomerado de grupos com ideias e posicionamentos divergentes entre si, existindo, portanto, diversas vertentes do movimento, desde as mais moderadas até as mais radicais. No entanto, tal fato não é levado em consideração por muitos imbecis que por meio de análises supérfluas tentam deslegitimar qualquer um que possua opiniões em defesa da igualdade de gênero, categorizando o feminismo como um movimento extremista, que estaria pregando privilégios às mulheres e o ódio ao sexo masculino.

Existem extremistas dentro do feminismo? Sim e muitos. Porém também existem pessoas que estão dispostos a lutar pela igualdade e não pela legitimação da misandria, que desejam defender seus pontos de vista por meio de argumentação e não pela intolerância. Dentro de qualquer ideologia, exageros são nocivos, o feminismo não é uma exceção, todavia a existência deles não pode continuar sendo usada como justificativa para ignorar e se conformar com o machismo, altamente prejudicial dentro de nossa sociedade.

Antes de julgar o feminismo como inútil, pesquise um pouco e aprenda que foi por meio dele que as mulheres brasileiras do século XX expandiram seu papel social para algo além dos afazeres domésticos e da criação de filhos. Além disso, conquistaram direitos fundamentais a qualquer cidadão, tais como: votar, candidatar a cargos políticos, praticar esportes antes considerados incompatíveis para o sexo feminino (lutas e futebol de salão, por exemplo), trabalhar sem precisar de autorização do marido, entre outros.

Mesmo após tantos avanços, ainda há muitos problemas sociais a serem resolvidos no Brasil. É necessário criticar valores ultrapassados relacionados ao gênero, como a famosa distinção entre ”coisas de menino” e “coisas de menina”. Deve-se também combater a violência doméstica, os casos de estupro e os feminicídios.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aproximadamente 527 mil pessoas por ano sofrem algum tipo de violência sexual no Brasil e destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia (https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/05/30/numero-de-casos-de-estupro-no-brasil-pode-ser-10-vezes-maior.htm), não bastando isso, uma pesquisa da ONU Mulheres Brasil revela que o país possuí a quinta maior taxa de feminicídios de todo o mundo (https://nacoesunidas.org/onu-feminicidio-brasil-quinto-maior-mundo-diretrizes-nacionais-buscam-solucao/). Tais dados são assustadores demais para serem menosprezados.

Sem Extremismos
Enviado por Sem Extremismos em 09/04/2017
Reeditado em 28/04/2017
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