AMIGOS

Tenho plena noção de que NÃO sou uma pessoa “comum”: MUITO do que a maioria ama, precisa, valoriza e busca, eu simplesmente DESPREZO. Somos ILHAS, em relação às nossas personalidades, “mas nem por isso, devemos deixar de nos conectar uns com outros”, alguns dizem. Discordo. E explico abaixo.

Minha “desconexão” é VOLUNTÁRIA, INTENCIONAL, TOTALMENTE CONSCIENTE, na esmagadora maioria das vezes. Não tenho porquê fazer questão pelo afeto, atenção, bem-querer – fingido ou real- de quem não me apetece, em qualquer sentido.

Há quem defenda que TODA relação – ainda que HIPÓCRITA, uma vez que você NÃO gostaria de fomentá-la-, é “válida”. Mais uma vez, discordo. É este tipo de mentalidade, aliado ao comportamento que o sustenta, que nos torna (Humanidade) uma maioria de hipócritas carentes, em busca de uma felicidade ilusória que só faz sentido em nossos devaneios imbecis.

Nos últimos 40 anos, percebi que PESSOAS RARAMENTE GOSTAM DE OUTRAS PESSOAS. AMAM, sim, tudo aquilo que as outras pessoas podem nos PROPORCIONAR: status, dinheiro, conforto emocional, material...enfim...qualquer coisa ou sensação que nos favoreça.

É difícil – beira o impossível- encontrar alguém que goste de outrem GRATUITAMENTE. Você pode ter 5 MIL “amigos” nas Redes Sociais, mas RAROS serão aqueles com quem pode ou terá vontade de despretensiosamente conversar, falar, desabafar, quando a hora chegar. E, MENOS AINDA, aceitar a exposição de contradições e paradoxos, tão comuns à nossa condição humana. No máximo, falará sobre o clima ou uma festa sobre a qual foram juntos –ou se encontraram.

Mas na hora de falar sobre aquilo que REALMENTE faz diferença na sua vida, você pensará duas vezes ( caso tenha essa capacidade e MATURIDADE suficiente, para tanto), antes de abrir seu coração, por meio de bytes numa tela. Pesará prós e contras em ter suas mais íntimas frustrações, desejos e medos gravados numa tela: palavras, o vento leva, código binários ficam. Para sempre. O Facebook que o diga.

Fica a dica: grosso modo, para cada CENTENA DE PESSOAS que você bisonhamente encontra e chama de “amigos”, pela simples CONEXÃO BINÁRIA, existe apenas MEIA DÚZIA (se tanto) que você poderá REALMENTE chamar de AMIGO (S), na verdadeira acepção da palavra. Então, antes de sair acreditando que tem “um milhão de amigos”, como diz aquela antiga música, LEMBRE de VALORIZAR àqueles que estão com você, não necessariamente diariamente, mas quando você MAIS PRECISA.

Pagar de “popular” é muito fácil, uma vez que só precisamos FINGIR que somos mais TOLERANTES do que realmente somos. Eu? Não, não sou tolerante com a MENTIRA, FINGIMENTO e HIPOCRISIA. E sim, tenho POUCOS (as) amigos (as), mas com toda “cavalice” que alguns deles (as) identificam em mim, imagino que saibam que só o faço para o BEM deles (as). Sempre. Experimente. Talvez você surpreenda-se, REdescobrindo uma amizade que acreditava ser meramente protocolar e que poderá levar por muito tempo após as conexões binárias do dia a dia. Boa sorte, na busca.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 25/07/2017
Código do texto: T6064758
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