RASCUNHOS AVULSOS

Prólogo

Dentro de um dos meus inúmeros livros encontrei dois rascunhos. São escritos antigos, de somenos importância para a maioria dos meus notáveis leitores, mas um deles creio ser oportuno. Os rascunhos avulsos são: "MEMORÁVEIS AMIZADES" e "O EXEMPLO NEGATIVO QUE ALERTA" (este rascunho é mais do que oportuno. É pertinente. É atualíssimo!).

MEMORÁVEIS AMIZADES

Afirmo neste texto o que todos sabemos, mas negligenciamos com naturalidade. Durante as nossas breves ou longas existências conquistamos poucas, talvez pouquíssimas, leais e sinceras amizades.

O verdadeiro amigo (a) não é aquele (a) que nos elogia o tempo todo. O leal, excelente e sincero amigo (a) também faz críticas, ensina com paciência e maestria, e nos faz compreender que nada é tão bom que não possa ser melhorado. Assim é minha notável amiga “DFA”.

Com o passar do tempo algumas dessas amizades permanecem presentes em nossas vidas socioafetivas, profissionais, e se adaptam aos nossos hábitos, usos e costumes.

Outras, por motivos desconhecidos diversos (conveniências familiares, sociais, funcionais, religiosos, conjugais etc.), e até de foro íntimo, pela afetividade pouco ou não cultuada... Afastam-se! Infelizmente, para mim, esses amáveis, considerados e respeitáveis amigos e/ou amigas desaparecem tal qual gota d’água num oceano revolto. Assim é a vida.

O INÍCIO DA NOSSA AMIZADE

O início da amizade com Francisca Antunes, notável e muito querida amiga, aconteceu no ano de 1989 quando juntos nos matriculamos na antiga Faculdade Nacional de Direito – FND, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ ou Faculdade Nacional de Direito – UFRJ. Ela e eu nos graduamos em Ciências Jurídicas e Sociais (Direito) no mesmo ano de 1993.

Carinhosamente eu chamo a amiga Francisca Antunes de “DFA”, sendo o “D” representando a palavra “Doutora”, mas que meu íntimo teima em metaforizar “DULCÍSSIMA”. Ela e eu sabemos o porquê e de onde surgiu essa doçura de tratamento. Ah! Quão cristalino era o sorriso dessa colega? De seu íntimo emergia excelsa alegria de viver e feminilidade estonteante.

Quando estávamos apresentando nossos documentos pessoais, na secretaria da UFRJ, para efetivarmos nossas matrículas, de um livro que eu conduzia caiu uma folha de papel na qual eu houvera iniciado um rascunho de um provável poema.

Emocionado e afobado pelo insuportável calor, mais que depressa tentei apanhar a folha de papel, mas Francisca no mesmo instante fez o mesmo. Nossas cabeças se chocaram! Ela emitiu um “Ai!” aflautado, quase inaudível e eu um “Eita!” quase gritando. A secretária que nos atendia não conteve o riso. Ficamos abobalhados. Sem jeito.

O RASCUNHO QUE SELOU NOSSA AMIZADE

“Que a sutil beleza e perfume das flores, a doçura do mel, o brilho das estrelas, envolvam você hoje e sempre nessa merecida alforria....

“Que você continue irradiando gentileza e simpatia para que possamos juntos oferecermos um ao outro imensuráveis e prazerosas alegrias!...”.

Esfregamos nossas cabeças com mãos trêmulas, com um certo nervosismo, e num dueto, sem ensaio, dissemos uníssonos: “Perdão!”. Uma brisa suave parecia movimentar as madeixas dos cabelos lindos, cacheados, perfumados e negros.

No mesmo instante invadiu-me a maravilhosa essência do gostoso perfume de mulher que despertou em mim um desejo enorme por estar abstido já há algum tempo. Eu quis saber o nome do perfume. “Absinto”. — Disse ela mostrando os dentes alvíssimos tendo por trás uma língua rosada.

— O que está escrito no papel? — Perguntou a "santa" em forma humana.

— Um rascunho simples de um possível futuro poema. — Falei naturalmente.

— Ah! Posso ver... Ou é algo secreto? — No brilho dos olhos negros senti uma curiosidade infantil. Mostrei o papel meio desgastado e ela disse entredentes: “Parece o final de uma carta. Estou certa? — Envergonhado, pois queria escrever um poema, concordei dizendo se tratar apenas de um rascunho sem importância.

— Não. Trata-se de algo muito especial e, certamente, para alguém também especial. Sibilou sobejando em franca cortesia a gentil colega. “... Que você continue irradiando gentileza, beleza e simpatia para que possamos juntos oferecermos um ao outro imensuráveis e prazerosas alegrias!...”. — Lindo demais! — Quis me agradar a colega.

Depois desse memorável incidente, na secretaria da UFRJ, a Francisca e eu estávamos sempre juntos no refeitório, nos corredores, nas salas de aulas e nas reuniões do famoso e polêmico CENTRO ACADÊMICO CÂNDIDO DE OLIVEIRA (CACO).

Ah! No bar do português, sito na frente da faculdade, fazíamos nossos lanches quando não fugíamos para a 7 de Setembro onde se localiza o Coliseu das Massas. Não entrarei em detalhes de minha amizade com essa criatura maravilhosa e extremamente feminil, mas acredito que antes de conhecê-la eu houvera urdido o rascunho para ela. Será?

O EXEMPLO NEGATIVO QUE ALERTA

Quando eu servi no Forte do Leme, RJ, (Dez de 1988 a Jun de 1998) conheci pessoalmente o artista Nelson Gonçalves que já estava em franca decadência.

Ele perambulava nas proximidades da Praça do Lido, local aprazível e muito frequentado pelos moradores das proximidades do bairro do Leme (onde eu residia) e adjacências. O depoimento de Nelson Gonçalves está neste endereço do YouTube: https://youtu.be/9zHuicQIErs

QUEM FOI NELSON GONÇALVES?

“Nélson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral (Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998), foi um cantor e compositor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 78 milhões de cópias vendidas, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões. Seu maior sucesso foi a canção "A Volta do Boêmio"”. — Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

No YouTube existem dezenas de centenas de vídeos com entrevistas, depoimentos e histórias de muitos outros artistas, atletas, nacionais e internacionais que, infelizmente, muito breve sucumbiram pelos efeitos danosos das drogas.

Creio ser possível aprender com os exemplos negativos desses artistas. Essa negatividade servirá de alerta contra os malefícios das drogas. Detalhe: Bebidas alcoólicas também são drogas!

A EXPLICAÇÃO SOBRE OS EFEITOS DAS DROGAS

O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual.

Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais, conjugais, profissionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.

Os doentes (viciados) perdem bons empregos, destroem seus casamentos, esfacelam suas dignidades quando não se importam consigo mesmos. Sem forças, esses doentes precisam de ajuda, talvez de internação, para recuperar a autoestima e a dignidade. Sozinhos dificilmente conseguirão abandonar o vício.

Sobre a maconha há quem, como o falecido escritor Carl Edward Sagan, a considereva maravilhosa. Há os que duvidam, os que ignoram, os que pesquisam e chegam a resultados frontalmente antagônicos.

Eu, WILSON MUNIZ PEREIRA sou a favor de tudo aquilo que se queira fazer, de acordo com o livre-arbítrio, dentro dos limites das leis e desde que não prejudique direitos alheios.

Todavia, todos sabemos de uma verdade terrível: DROGAS MATAM!

AS DROGAS ESTÃO MATANDO e destruindo valores familiares, profissionais e artísticos no Brasil e noutros países, cujas autoridades se digladiam enlouquecidos, entremeados de cólicas provocadas pelas "diarreias legiferantes" (leis confusas, interesses escusos e pessoais).

O gozo do poder imaginário, surreal, dos que se drogam ganha força com o apoio do Poder Legislativo, benevolência da sociedade e aplausos das facções criminosas e dos viciados (doentes) em geral.

CONCLUSÃO

Sobre a querida amiga DFA, uma das minhas poucas MEMORÁVEIS AMIZADES, encerro este escrito com o pretenso poema que jamais ousei terminar. Se assim fizesse fatalmente eu quebraria o encanto e a magia daquele saudoso momento.

“Que a sutil beleza e perfume das flores, a doçura do mel, o brilho das estrelas, envolvam você hoje e sempre nessa merecida alforria....

“Que você continue irradiando gentileza e simpatia para que possamos juntos oferecermos um ao outro imensuráveis e prazerosas alegrias!...”.

Enfim, sobre O EXEMPLO NEGATIVO QUE ALERTA quero finalizar este texto transcrevendo um fragmento do “Depoimento de um viciado” (Realidade cruel). E quem desejar ler esse depoimento por completo é só fazer a busca no Google ou se quiser ouvir em forma de “Rap” é suficiente pesquisar no YouTube.

DEPOIMENTO DE UM VICIADO (Realidade Cruel)

“São duas da manhã e eu de calça e blusa

O tempo frio, do céu cai chuva

Eu sou sozinho, parceiro, e é foda

Com meu destino ninguém mais se importa

Chegar ao ponto que eu cheguei é lamentável

Estado físico inacreditável, eu sinto crise

Eu sinto convulsão, é muito triste o meu estado, sangue bom

Trinta quilos mais magro, vai vendo

O resultado é pura essência do veneno

O vício tira a calma, a cabreragem me acelera

O demônio rouba a alma, o inferno me sequestra

Cadê a luz que vem lá do céu?

Cadê Jesus pra julgar mais este réu?...” — (SIC).

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta na “Web”;

– Assertivas do autor que deve ser considerada circunstanciais e imparciais.