TEMPO AO TEMPO

O tempo, essa entidade tão enigmática e abstrata, continua a nos fascinar com sua natureza multifacetada. É um conceito que transcende fronteiras físicas e mentais, permeando todos os aspectos de nossas vidas. Desde os momentos de espera até as experiências mais intensas, o tempo molda nossa percepção e a compreensão do mundo ao nosso redor.

No âmago de sua essência, o tempo é um mestre sutil que nos ensina a diferença entre a passividade da espera e a energia da atividade. Ele nos convida a contemplar a distinção entre o desejo e a esperança, entre a resignação e a ação. Como um rio incessante, o tempo flui, nos levando em sua correnteza, muitas vezes sem que percebamos sua passagem.

Existem momentos em que o tempo se torna um peso insuportável, como quando aguardamos ansiosamente por um medicamento que aliviará nossa dor ou esperamos por alguém que não mais retornará. Em outros momentos, ele se transforma em um refúgio de silêncio, permitindo-nos ouvir os sussurros da alma e os murmúrios do universo.

Aqui, na Terra, o tempo assume a forma de vida, desde o nascimento até a inevitável despedida. É um ciclo incessante de nascimento, crescimento, declínio e morte, um eco das estações que regem nosso planeta. No entanto, além dos limites terrenos, o tempo adquire uma dimensão ainda mais complexa. Seguindo os preceitos de Einstein, o (TEC) tempo-espaço-contínuo transcende a linearidade de passado, presente e futuro, desafiando nossa compreensão convencional do fluxo temporal.

Filósofos ao longo da história mergulharam nas profundezas do tempo, buscando decifrar seus mistérios e desvendar suas nuances. Desde os escritos de Santo Agostinho até as reflexões de Martin Heidegger, o tempo tem sido tema de especulações e debates incessantes, revelando-se como um dos enigmas fundamentais da existência humana.

Assim, à medida que contemplamos o tempo, somos convidados a mergulhar em sua imensidão e complexidade, reconhecendo sua influência ubíqua em nossas vidas. Afinal, o tempo é muito mais do que uma medida cronológica; é o tecido que tece o próprio tecido da realidade, um convite perene para explorar os mistérios do universo e os segredos de nossa própria existência.

Quem entende o tempo, faz na hora, não espera acontecer!

TIÃO NEIVA