Bêbados da Internet

Queridos!

Escrevo hoje sobre uma questão que vem, a meu ver, tornando-se um grave problema no mundo atual sem que, na maioria das vezes, estejamos atentos para isso: As piadinhas replicadas pela internet.

Aquelas que normalmente são repassadas diariamente com o assunto dizendo: “muito boa”; “a melhor do ano”, “a melhor do século”, “só para os amigos”, “abra com cuidado”, etc.

Rotineiramente, arquivos desse tipo lotam nossa caixa posta e nos tomam além de espaço, tempo para acessa-los e Graças a Deus, como a maioria dos amigos, descarta-los.

Contudo, o fato não é tão simples assim e torna-se digno de maiores reflexões.

Para iniciarmos as comparações, quero começar contando uma estória interessante que envolve meu Tio, irmão de minha mãe. Jovem (19 anos aproximadamente), começou a trabalhar em uma antiga fábrica de refrigerantes em Bauru, próxima ao centro da cidade. Inicialmente, terminado o expediente, corria para casa onde morava com minha avó, naquela época, viúva já havia alguns anos.

Passados os primeiros dias e possivelmente buscando maior integração com os amigos de fábrica, passou a deter-se algum tempo no boteco do outro lado da rua, bem em frente à fábrica. E desses encontros, sugiram hábitos que acabaram por tornar-se situações comuns para o então aprendiz. Jogo de Snooker, muito popular nos bares e um passatempo agradável, se realizado apenas como passatempo. O grande problema ocorre quando se iniciam as apostas. Mesmo que seja em cervejas ou outra coisa que não dinheiro diretamente.

Outra companhia constante nesse momento é a bebida. Cervejas, nos dias de calor. Pinguinhas, sorvidas a título de quebra-gelo e, evidentemente o cigarro como companheiro inseparável. Não aconteceu tudo de uma única vez. Meu tio, hoje com grandes problemas de alcoolismo e tabagismo, não começou fumando dois maços de cigarro e nem consumindo litro e meio de cachaça por dia. O início foi aquela pinguinha e aquele cigarro inofensivo no final do expediente. Porém, sem que fosse percebido, tornaram-se comuns em sua vida. O grupo de amigos incentivava e achando natural ele deixou que aos poucos aumentasse a influência dessas ações.

Voltemos a questão das piadinhas. Após trabalho árduo de edificação moral e ação no bem, recebemos vez ou outra uma piadinha por nosso e-mail na internet. Coisa leve. Talvez mencionando a desinteligência de um português ou de uma loira. Na maioria das vezes, uma charge com alguma situação ridicularizante sobre alguma minoria ou ainda um comentário despreocupado, mas “engraçada” sobre os governantes. Acreditando não ter maior comprometimento, damos algumas risadas e depois enviamos para alguns amigos mais próximos e que sabemos compartilharão do conteúdo de maneira bem humorada.

Evidentemente, eles passarão a retribuir nossa ação, enviando-nos algo parecido, não raro, todos os dias.

Começamos a receber textos e fotos de cunho racista ou pornográfico. Sem perceber, porque aumenta aos poucos. Não é tão rápido. Se fosse, perceberíamos. Igual ao garoto que logo nos primeiros contatos com a bebida, toma um “fogo” daqueles. Passa mal! Enjoa! E muitas vezes, esquece-se para sempre da bebida. O corpo reage ao excesso para o qual não estava preparado. Mas quando é devagar, em pequenas doses, cria-se o hábito. O Costume. E porque não, o vício.

É isso que sinto que tem acontecido com alguns de nós. Sem que nos demos conta, estamos fazendo circular pela rede, mensagens onde colocamos um “somente repassando”, acreditando que estamos enganando alguém sobre nosso desvio moral.

Está igual ao “só bebo socialmente” ou, “fumo para acompanhar”.

Ora meu Deus do Céu. Temos que ser mais dignos de caráter e mais sinceros conosco. Bebemos não porque “a carne é fraca”, mas porque “temos o espírito fraco”, e repassamos piadas porque nos apraz. Esquecemo-nos do maravilhoso conteúdo do “Evangelho de Jesus”. Deixamos de lado as palavras do Cristo, “Orai e Vigiai” e nos entregamos a um mar de relacionamentos e ações negativas que nos levam ao desvio moral e ao comprometimento de nossas missões.

Queridos, não estou falando dos demais irmãos que desconhecem a mensagem Cristã. Estou aqui me referindo aos nossos pares que estão caindo nessa rede de artimanhas sem se dar conta da gravidade. Vivendo, na maioria das vezes, a situação constrangedora de ter seus e-mails deletados sem que se saiba o que há neles. Dá mesma maneira que as pessoas desviavam do meu jovem tio alcoólatra quando o encontravam pelas ruas no caminho de sua casa. Um grande e fraterno abraço na paz de Jesus.

Redigido em 31.01.2005

Mauricio Moura

Mauricio Gonçalves de Moura
Enviado por Mauricio Gonçalves de Moura em 24/01/2006
Código do texto: T103044
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