O Conto: Dicas para escrevê-lo

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do romance. Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade.

Conteúdo e Forma

Forma: expressão ou linguagem; mais os elementos concretos e estruturados, como as palavras e as frases.

Conteúdo: é imaterial (fixado e carregado pela forma); são as personagens, suas ações, a história.

No livro Que é a literatura? Jean-Paul Sartre (1905-1980) diz que “ninguém é escritor por haver decidido dizer certas coisas, mas por haver decidido dizê-las de determinado modo.

Do que o conto precisa?

Tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, compactação, concisão, conflito, início meio e fim; o passado e o futuro têm significado menor. O flashback pode acontecer, mas só se absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta possível.

Diálogos

Os diálogos são de suma importância; sem eles não há discórdia, conflito, fundamentais ao gênero. A melhor forma de se informar é através dos diálogos; mesmo no conto em que o ingrediente narrativo seja importante. “A função do diálogo é expor”. Em alguns escritores o diálogo é uma ferramenta absolutamente indispensável. Existem escritores que chegam ao ponto de escrever contos compostos apenas por diálogos, sem que, em nenhum instante, apareça um narrador.

Tipos de diálogos

* Direto: (discurso direto) as personagens conversam entre si; usam-se os travessões. Além de ser o mais conhecido é, também, predominante no conto.

* Indireto: (discurso indireto) quando o escritor resume a fala da personagem em forma narrativa, sem destacá-la.

* Indireto livre: (discurso indireto livre) é a fusão entre autor e personagem (primeira e terceira pessoa narrativa); o narrador narra, mas no meio da narrativa surgem diálogos indiretos da personagem como que complementando o que disse o narrador.

Este tipo de discurso permite expor os pensamentos da personagem sem que o narrador perca seu poder de mediador.

* Monólogo interior: (ou fluxo de consciência) é o que se passa “dentro” do mundo psíquico da personagem; “falando” consigo mesma.

Focos narrativos

(ou pontos de vista adotados pelo narrador)

1. Primeira Pessoa: Personagem principal conta sua história; este narrador limita-se ao saber de si próprio, fala de sua própria vivência.

EX 1: “Então ergui minha espada na frente do escritor e ataquei o monstro que o ameaçava...”

2. Segunda Pessoa: Personagem secundária conta à história da personagem principal

EX 2: “Eu vi quando o cavaleiro ergueu sua espada e atacou o monstro que me ameaçava...”

3. Terceira Pessoa: Escritor (analítico ou onisciente), conta à história; o narrador tudo sabe sobre a vida das personagens, sobre seus destinos, idéias, pensamentos. Como se narrasse de dentro da cabeça delas.

EX 3: “O cavaleiro ergueu sua espada na frente do escritor, mas não tinha certeza se este o estava vendo. Com fúria atacou o monstro; o escritor pensava abismado, como era possível que um simples homem pudesse confrontar aquela fera.”

4. Quarta pessoa: Escritor conta à história como observador; o narrador limita-se a descrever o que está acontecendo, “falando” do exterior, não nos colocando dentro da cabeça da personagem; assim não sabemos suas emoções, idéias, pensamentos. O narrador apenas descreve o que vê, no mais, especula.

EX 4: “Havia um homem no chão e um outro que brandido a espada saltou sobre o dragão”.

Nos casos 1 e 2, o narrador funciona como personagem da história. Nos casos 3 e 4, ele se coloca fora dos acontecimentos, como observador.

Conselho para escrever um bom conto:

1. Prender o interesse do leitor; evitar ser chato.

2. Usar, se possível, frases curtas.

3. Capítulos e parágrafos curtos, para o leitor poder respirar

4. Trama / enredo / tema ou estilo, original

5. Se possível usar ironia, humor, graça e ser verossímil

6. Ler outros contos, de preferência, os clássicos

Fonte: Wikipédia.

Luiz Cézar da Silva
Enviado por Luiz Cézar da Silva em 23/06/2008
Reeditado em 31/07/2011
Código do texto: T1047731
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