O GOVERNADOR E ESCRITOR INJUSTAMENTE ESQUECIDO

Fora do círculo dos estudiosos da história do Estado do Rio Grande do Norte, poucos ouviram falar de Antonio José de Melo e Souza, ANTONIO DE SOUZA, como era mais conhecido, ou Dr. Souza, nas palavras do Mestre Cascudo. Nasceu em Nísia Floresta (à época Papary) em 1867. Homem de hábitos simples era considerado conservador, meticuloso e austero.

De sólida formação humanista, bacharelou-se em direito no Recife. Foi Promotor de Justiça, Deputado Estadual, Diretor da Instrução Pública, Procurador da República, Secretário de Governo e Procurador Geral com assento no Superior Tribunal de Justiça(1900). Foi também Senador da República e duas vezes Governador do Estado.

Apesar dos seus afazeres profissionais, Antônio de Souza exercia, ainda, atividades intelectuais, publicando artigos, contos e crônicas na imprensa local, sob o pseudônimo de “Polycarpo Feitosa”, além de ter publicado outras obras literárias.

Solteirão convicto, morava com a família na residência oficial. Para o escritor Tarcísio Gurgel, sua vida pessoal, marcada pela sisudez de celibatário vigilante das irmãs solteironas, não indicava jamais que o mesmo penetraria tão a fundo a psicologia da época.

Estreou, em 1928, com o romance “Flor do Sertão”, de natureza regional como o próprio nome sugere. O romance urbano “Gizinha”, de 1930, com ação transcorrendo em Natal foi extraordinariamente recepcionado, inclusive pelo crítico João Ribeiro, do Jornal do Brasil, um dos mais famosos da época. Publicou dezenas de outras obras. Hoje os livros de Polycarpo Feitosa são raríssimos.

Sem medo de errar, pode-se afirmar que “Polycarpo Feitosa” foi o maior romancista potiguar

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 03/07/2008
Reeditado em 16/04/2018
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