LA BELLE EPOQUE

Chamamos de “Belle Epoque”, ao período de pouco mais de 30 anos que se inicia por volta de 1880 e vai até a Primeira Guerra Mundial, em 1914, principalmente na França, mas extensiva a todos os seus vizinhos europeus.

A Belle Epoque foi uma era de ouro sob o aspecto da vida social e econômica. As luzes de Paris brilhavam e refletiam a beleza e a efervescência cultural. As invenções fartas facilitavam o modus vivendi das mais diversas classes sociais e a paz dava uma pequena trégua na Europa ocidental.

A vida cultural e festiva de Paris irradiava um fulgor que se celebrava nos cabarés de Pigalle, no cancan e nos famosos salões do “Moulin Rouge”, retratados nas telas de Henri de Toulouse-Latrec.

Em verdade La Belle Epoque é um estado de espírito, portanto não é fácil sua delimitação no tempo ou no espaço.

Também tivemos a nossa Bela Época no Brasil, e ela se inicia com a Proclamação da República e se prolonga até o final da primeira república, com a revolução de 30. É o Brasil de Rodrigues Alves. É o Rio de Janeiro do sanitarista Osvaldo Cruz; do engenheiro Pereira Passos; da abertura da Avenida Central; do “Abre Alas” de Chiquinha Gonzaga. É a Paris dos trópicos que Coelho Neto chamou-a, festivamente, de “Cidade Maravilhosa”.

Apesar de não poder-se dizer que este período estava dissociado da Belle Èpoque francesa, tampouco se pode afirmar que a ela estava completamente atrelada. Outro período com todas as características da Bela Época tupiniquim foi o chamado “Anos Dourados” da era JK.

No Rio Grande do Norte, a fase mais característica e própria da exuberância cultural inicia-se com a república dos “Albuquerque Maranhão”, a pesquisa e a produção cultural do grande mestre Luís da Câmara Cascudo, a poesia modernista de Jorge Fernandes e a forte presença americana durante a Segunda Guerra Mundial. Natal viveu o seu apogeu, exatamente no mesmo período em que a Europa estava vivendo o seu momento mais terrível.

E Santa Cruz (RN)? Também teve a sua Bela Época? A resposta é afirmativa. E eu me atrevo a demarcá-la no tempo. É o tempo de Cosme Marques, Luís Patriota, Geraldo Moura, Letácio Pereira, Jorge Quintiliano, Adonias Soares, José Ivalter, Marcelo Ataíde, Sanderson Negreiros etc. É a época do Bar Savoy e do nascente Trairy Club.

DJAHY LIMA
Enviado por DJAHY LIMA em 19/07/2008
Reeditado em 18/12/2017
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