A mentira de “primeiro de abril”

O calendário profano consagra o primeiro de abril como o “dia da mentira”, caracterizado pelas “pegadinhas” enganosas e pelas mentiras feitas uns aos outros, como sendo as coisas mais naturais do mundo. Pretendemos demonstrar que não é conveniente ao crente se envolver com essas práticas. A mentira, segundo a Bíblia, não é coisa de Deus. Muito pelo contrário, é uma das características do Diabo. O verdadeiro crente deve evitar se corromper com a “graça” da mentira de primeiro de abril, sendo neste dia igualmente verdadeiro, tanto no seu pensar, como no falar e no agir. Destacamos também a existência de uma “coroa de incorruptibilidade”, a qual será entregue pelo próprio Senhor Jesus, no dia em que os crentes comparecerem diante de seu tribunal, como prêmio a todos os que vencerem as tentações e provações mundanas.

1. O crente não deve se envolver com mentiras. A verdade é um dos princípios fundamentais da vida de um cristão. Não há que se falar em “meias verdades” ou em “mentirinhas”. Ainda não faz muito tempo, ouvíamos as irmãs da escola dominical ensinando as crianças um corinho que dizia assim: “Mentirinha, não, não, não! Minha boca já tem dono. Nome feio também não, é de Deus meu coração”. Esse sempre foi um bom ensino, que deve ser repetido tantas vezes quantas forem necessárias. Devemos ser bons líderes e, desde cedo, ensinar tanto os irmãos, como também os nossos filhos a percorrerem os caminhos da verdade. Eles são os caminhos de Jesus, que conduzem à liberdade e à vida. São totalmente opostos aos caminhos da mentira que são os caminhos de Satanás, os quais conduzem o homem ao inferno.

2. A mentira é coisa do Diabo. A “pecha” é uma mancha que tenta encobrir a verdade, de modo a distorcê-la. É coisa das trevas, coisa do Diabo. E Jesus foi categórico ao dizer que o Diabo é o “pai da mentira” (Jo 8:44). E mais, não tem nada a ver com Ele, conforme deixou bem claro em uma de suas falas, quando disse: “Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim” (Jo 14:30). As mentirinhas de primeiro de abril têm o objetivo de fazer as pessoas rirem do mal feito e do que não presta. Não é uma atitude do cristão. Pelo contrário, elas fazem parte do plano de atividades do “iníquo”, o qual atua “segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”. E está escrito que no Dia do Juízo, lamentavelmente, essas pessoas serão condenadas “por não darem crédito à verdade; antes, pelo contrário, por se deleitarem com a injustiça”. (2 Ts 2:7-9).

3. Jesus é a verdade. Respondendo a uma pergunta de Tome, “disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6). É importante saber disso. Jesus não é a mentira, mas a verdade. E nós, seus seguidores, seus discípulos, também não podemos ser mentirosos. Devemos ser verdadeiros e falar sempre a verdade. A verdade é do céu, é divina; já a mentira é do inferno, é de baixo. Salomão ensinou que “para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno em baixo” (Pv 15:24). Nós não somos cidadãos “de baixo”, somos “de cima”. Não mentimos “contra a verdade”, porque “essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tg 3:14-15). Por isso, queridos, sigamos a orientação de Paulo aos colossenses, pensando sempre “nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3:2). Sendo crentes “de verdade”, esse princípio deve caracterizar todos os nossos atos, pensamentos e palavras, em todas as nossas relações de uns para com os outros, crentes ou não. Nós conhecemos a verdade e fomos libertados por ela (Jo 8:32). Agora devemos ser pregadores desse princípio. E nada melhor do que a prática para dar ênfase àquilo que nós falamos. “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Ef. 4:25).

4. A graça da mentira de primeiro de abril não é para o crente. Nós não nos deleitamos com o mal. A mentira prende a pessoa. Uma mentirinha puxa outras cada vez maiores, de tal sorte que, como o tempo a pessoa se torna completamente falsa. Lembremos o que já dizia o salmista: “um abismo chama outro abismo” (Sl 42:7). Já a verdade? Ela liberta. “E conhecereis a verdade e ela vos libertará”, disse Jesus (Jo 8:32).

Vamos admitir que no passado, antes de nos convertermos, tivéssemos esse péssimo hábito de mentir. Ninguém se amofine por conta disso, pois era muito natural que isso acontecesse. Naquele tempo, “éramos filhos da ira” e fazíamos e falávamos o que queríamos (Ef. 2:3). Ou, em outras palavras, conforme disse Jesus, tínhamos por “pai ao diabo” e agíamos para “satisfazer os desejos” dele. Ele, sim, “foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8:44).

Mas, como te disse, meu querido, isso foi naquele tempo em que vivíamos na ignorância, quando não nos dávamos conta de que as conseqüências dos nossos atos poderiam nos levar para o inferno. Melhor dizendo, para o “Lago de Fogo”, conforme está escrito: “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21:8).

Naquele tempo, a nossa mente e a nossa inteligência estava embotada pelo “deus deste século”, turbando-nos o entendimento (2 Co 4:4). Hoje, porém, a situação mudou. Agora somos novas criaturas; “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). E nessa condição, não podemos mentir. A mentira é coisa do “velho homem” que ocupava esse corpo, mas que já morreu ali na cruz, juntamente com o Senhor Jesus. “O nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6:6). Então, queridos, “não mintais [mais] uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos” (Cl 3:9).

5. A coroa da incorruptibilidade. E aqui chegamos ao fim. Esperamos que tenha valido a pena o seu investimento de tempo nessa reflexão. Às vezes nós estamos tão acostumados com determinadas coisas, que não somos capazes de enxergar o óbvio, sendo preciso que alguém nos mostre isso. Espero ter sido capaz de te dizer que “mentira é mentira”. Corrompe a verdade, a moral e os bons costumes. Qual é a pessoa que confia no mentiroso? Nenhuma! Foi por isso que ensinei meus filhos desde pequenos, que deveriam me dizer sempre a verdade, mesmo sabendo que poderiam ser castigados.

Todavia, como prêmio por terem dito a verdade, eu nunca os castiguei por certos erros cometidos. Apenas aconselhei para que não os repetissem mais. Por outro lado, sempre fui terrível em relação à mentira. Nunca perdoei. Nesses casos, a “vara da disciplina” sempre foi usada com bastante rigor. Creio que não seria preciso dizer que o meu perdão se fundamenta na Bíblia. Mas vou dizer assim mesmo, pois ela nos ensina a confessar nossas “culpas uns aos outros” e a orar “uns pelos outros, para que sareis”, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5:16). Além disso, a confissão é o princípio do perdão. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1:9).

De igual modo, Deus também premiará aqueles que não se deixarem corromper pela mentira e tiverem o “domínio próprio em todas as coisas”. Estes haverão de receber Dele “a coroa incorruptibilidade” (1 Co 9:25), no dia em que comparecerem “ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5:10).

É de concluir que a vitória de Cristo sobre a mentira de primeiro de abril, com certeza depende de cada um de nós. Portanto, meus queridos, não nos envolvamos com essas práticas que tentam minar o maior de todos os fundamentos da fé cristã, que é a verdade. Se cada um de nós falar a verdade ao seu próximo, o mal será derrotado. Pense nisso e “não deis lugar ao Diabo” (Ef 4:27). Sujeitai-vos apenas à verdade de Deus. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

Vitória!