O custo da eleição

Merece aplauso o esforço da Justiça eleitoral em tentar tornar este pleito um dos mais limpos da história democrática deste país. Porém, esta iniciativa acaba morrendo devido à falta de resolutividade das ações tomadas e a fiscalização, que se resume a denuncismo de opositores.

Enquanto as promotorias e juizados se preocupam com a propaganda dita irregular, a sujeirada é colocada debaixo dos tapetes dos comitês eleitorais, barzinhos de esquina, casas noturnas e até mesmo residências particulares de políticos e cabos eleitorais. O que se fala e o que se ouve nestes lugares não pode ser mencionado publicamente!

As medidas proibitivas adotadas para a propaganda eleitoral causaram apenas a revolta dos políticos, aumentando a possibilidade de estelionato da eleição. Vai ser difícil frear a compra de votos e não será uma peça publicitária na TV ou no rádio que fará com que aquele cidadão que passa dificuldades deixe de comprometer seu voto em troca de uma ou duas cestas básicas. E também não é isso que deveria ser coibido teoricamente, mas sim as transações fraudulentas e financiamentos de campanha ilegais e por baixo dos panos que acontecem, longe dos olhos fiscalizadores.

Nesta eleição, mais uma vez, o poder do dinheiro poderá definir o resultado final em outubro, por isso é interessante uma análise sobre a previsão de gastos dos partidos e candidatos. Tomando Cachoeira do Sul como exemplo, a soma das previsões de gastos dos candidatos à Prefeitura quase chega a R$ 1 milhão. Incrível, não?! Pois é! Mas isto é somente o que será declarado oficialmente. Distante do braço fiscalizador da lei, vai rolar muito mais dinheiro.

Vai ter gente desfilando de carro novo depois do pleito, independente de resultado. Quem se vender por ninharias passará outros quatro anos se queixando do Governo e das promessas não cumpridas. Por isso, ser Governo é bom. Uma boa administração é a melhor propaganda que existe - combate até a compra de votos! Entretanto, quem errou por quatro anos não conseguirá acertar agora.

A grande questão é: quem não irá se corromper em meio aos rios de dinheiro e comodidades oferecidas durante este período de campanha? A resposta só virá em outubro, assim como a definição da cifra que comprou esta eleição.

Vinícius Severo
Enviado por Vinícius Severo em 04/08/2008
Código do texto: T1112364
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