Parcerias

O caminho seguro e desejado pelo conquistador é definido no momento do planejamento, quando todas as hipóteses possíveis são levantadas e testadas racionalmente, optando-se por uma delas em detrimento de qualquer outra, com absoluta convicção de que é a melhor. Dessa forma o conquistador estará pronto para avançar, destacando-se, todavia, que, a exemplo do que deve ocorrer durante as fases de seleção do sonho que será transformado em projeto de conquista, essa etapa do processo também não dispensa as parcerias. Aliás, é de vital importância que se tenham bons consultores; pessoas de confiança, capacitadas em sua área de atuação, às quais se devem incluir no projeto, haja vista que a caminhada é sempre coletiva. Salvo raríssimas exceções, ninguém que anda sozinho é bem sucedido em sua trajetória. É de destacar que a solidão do homem nunca fez parte dos planos do Criador.

Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea (Gn 2:18). Deus faz que o solitário more em família; tira os cativos para a prosperidade; só os rebeldes habitam em terra estéril (Sl 68:6). Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante (Ec 4:10).

É necessário que o conquistador seja humilde para reconhecer que precisa de outras pessoas em sua jornada. Alguém disse certa vez que “ninguém é tão sábio que não tenha alguma coisa para aprender com outrem ou tão simples que não tenha alguma coisa para ensinar aos demais”. A humildade não é um defeito; antes, é uma virtude apreciada por todas as pessoas e, principalmente por Deus.

Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer. Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria. Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente (Nm 11:11-16). Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo (Fp 2:3). Sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes (1 Pe 3:8). Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte ( 1 Pe 5:5-6)

Admitindo-se a necessidade de companheiros, deve-se selecioná-los. O parceiro não pode ser qualquer um que se apresente para tanto. É importante ter bem clara essa definição. Há muitos que se acercam apenas com o propósito de tirar proveito da situação, mas sem qualquer capacidade e disposição para contribuir no desenvolvimento do projeto. Tais pessoas não passam de bajuladores e aproveitadores. Não servem para os propósitos do conquistador. É de destacar que os parceiros, além de serem pessoas com quem se possam aconselhar nos momentos de adversidade, devam ser companheiros de estradas e de lutas; pessoas capazes de ampliar as forças e as potencialidades do conquistador. Não há dúvidas de que isso somente será possível, se ambos – parceiro e conquistador – tiverem sonhos semelhantes. Então aquele será muito mais do que conselheiro e este mais do que conquistador; serão guerreiros imbatíveis da mesma causa.

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores (Sl 1:1). Socorro, SENHOR! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos (Sl 12:1). Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? (Tg 2:15-16). Foi Roboão a Siquém, porque todo o Israel se reuniu lá, para o fazer rei. Tendo Jeroboão, filho de Nebate, ouvido isso (pois estava ainda no Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão, onde habitava e donde o mandaram chamar), veio com toda a congregação de Israel a Roboão, e lhe falaram: Teu pai fez pesado o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos. Ele lhes respondeu: Ide-vos e, após três dias, voltai a mim. E o povo se foi. Tomou o rei Roboão conselho com os homens idosos que estiveram na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais que se responda a este povo? Eles lhe disseram: Se, hoje, te tornares servo deste povo, e o servires, e, atendendo, falares boas palavras, eles se farão teus servos para sempre. Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e o serviam. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? E os jovens que haviam crescido com ele lhe disseram: Assim falarás a este povo que disse: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu alivia-o de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos impôs jugo pesado, eu ainda vo-lo aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei lhes ordenara, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia. Dura resposta deu o rei ao povo, porque desprezara o conselho que os anciãos lhe haviam dado; e lhe falou segundo o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, porém eu ainda o agravarei; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões (1 Rs 12:1-14).

A identificação entre as partes é de fundamental importância para o sucesso da empreitada, seja ela qual for: na política, nos negócios, nos relacionamentos amorosos, em tudo. É costume se ver o fracasso em algumas missões, simplesmente porque essa identificação não foi observada. Nesse sentido, é de saber bem com quem se faz as transações, as articulações e negociações, porque uma vez realizadas, dificilmente se pode voltar atrás sem que haja seqüelas. Quantos casamentos têm sido desfeitos porque os cônjuges não se harmonizavam! Quantas carreiras profissionais foram prejudicadas, porque as ideologias de patrão e dos empregados não se ajustavam!

Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? (2 Co 6:14). Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado (1 Jo 1:6-7). Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tg 4:4). Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa (Gl 3:15).

O conquistador vitorioso será aquele que for capaz de realizar as melhores parcerias possíveis. Muitas pessoas podem parecer à primeira vista, bons companheiros de viagem. Mas com o passar do tempo, o doce pode ficar amargo, azedo e imprestável. É preciso ter sabedoria para fazer as escolhas adequadas.

Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte (Pv 16:25). Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo (Ap 10:9-10). O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar (Pv 12:26). Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau (Pv 13:20). O homem violento alicia o seu companheiro e guia-o por um caminho que não é bom (Pv 16:29). O que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos envergonha a seu pai (Pv 28:7. O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não é pecado, companheiro é do destruidor (Pv 28:24). O homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça os bens (Pv 29:3). Flecha mortífera é a língua deles; falam engano; com a boca fala cada um de paz com o seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas (Jr 9:8).

Com o aumento da corrupção, da infidelidade, do desamor e tantas outras coisas semelhantes, é de concluir que, ao se pretender buscar parceiros para a conquista do mundo maravilhoso, o conquistador deve, antes de tudo, recorrer-se ao próprio Deus que fez o mundo. Então saberá quem serão aqueles que deverão ser selecionados para compartilhar a grande jornada.

Ide e consultai o SENHOR por mim e pelos restantes em Israel e Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do SENHOR, que se derramou sobre nós, porquanto nossos pais não guardaram as palavras do SENHOR, para fazerem tudo quanto está escrito neste livro (2 Cr 34:21). Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai (Sl 4:4). Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? (Is 8:9) Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto (Is 55:6). Ai de mim! Porque estou como quando são colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima: não há cacho de uvas para chupar, nem figos temporãos que a minha alma deseja. Pereceu da terra o piedoso, e não há entre os homens um que seja reto; todos espreitam para derramarem sangue; cada um caça a seu irmão com rede. As suas mãos estão sobre o mal e o fazem diligentemente; o príncipe exige condenação, o juiz aceita suborno, o grande fala dos maus desejos de sua alma, e, assim, todos eles juntamente urdem a trama. O melhor deles é como um espinheiro; o mais reto é pior do que uma sebe de espinhos. É chegado o dia anunciado por tuas sentinelas, o dia do teu castigo; aí está a confusão deles. Não creiais no amigo, nem confieis no companheiro. Guarda a porta de tua boca àquela que reclina sobre o teu peito. Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa. Eu, porém, olharei para o SENHOR e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá (Mq 7:1-7).

Essa é a sabedoria a respeito das parcerias para a conquista.