"Política, Verdades, Mentiras e Corrupção" - ( Parte III )

Ah, Esses Políticos!

Quando estourou o escândalo dos Correios, o escândalo do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e do famigerado Mensalão, muito se especulou sobre o fato de que muitos Deputados, muitos Senadores e alguns Ministros sabiam ou tinham ouvido falar dessa mesada que beneficiava diversos políticos.

O Presidente, enfático, veio a público dizendo que a CPI e a Polícia Federal saberiam separar o joio do trigo, o bem do mal e a verdade da mentira.

Jesus Cristo quando estava prestes a ser crucificado, foi levado à presença de Pilatos.

Jesus ao ser indagado por Pilatos respondeu. “Vim a este mundo para testemunhar a verdade”.

Perguntou-lhe Pilatos: “O que é a verdade?” E nada foi mais dito.

Embora não encontrasse nele culpa devolveu-o aos Judeus que assumiram de fato aquela “Verdade Viva” como mentira e deixaram-no crucificá-lo.

No meio de toda aquela confusão que se formou no Congresso e no Governo, onde alguns se acusavam mutuamente, muitos se esconderam no meio das verdades e mentiras, numa briga constante do bem contra o mal. Eles, adeptos do corporativismo, preferiram sim, usar algumas máximas da Bíblia em proveito próprio: “Fazes o bem e não olhes a quem”, “É dando que se recebe”, e por aí vai.

E o joio do trigo? Como separá-los? Se o joio já contaminou a maior parte do trigo?

Acreditamos que as urnas seriam um grande filtro para se descartar de vez e deixar de fora todo o joio, bem como uma boa parte do trigo contaminado. É uma pena, entretanto, que as eleições só devam acontecer daqui a algum tempo, e até lá, o povo se esqueça de fazer essa depuração.

Infelizmente, como não podemos contar com a Providência Divina nestas horas, teremos que acreditar na Justiça dos Homens, para tentar expulsar da Casa do Povo os fariseus que lá habitam.

E ainda para concluirmos, céticos que somos por natureza, não poderíamos deixar de mencionar a citação de um filósofo Chinês, que às vezes nos desanima, mas vamos lá:

“Muitas flores e muitos frutos, eis o trabalho dos céus”.

“Muitas palavras e poucos atos, eis a falha dos homens”.

E o Presidente? Como ficaria nessa história?

Bem, acho que pelas circunstâncias dos fatos, considerando que o seu Partido também estaria, deveras, comprometido, se encaixaria melhor como Pôncio Pilatos. Afinal de contas, tudo em nome da governabilidade.

Não julga, não condena, não opina, apela mais uma vez, para a famigerada presunção da inocência, lava suas mãos, deixando a opinião publica decidir, como o fizera também Pilatos, lembram-se?

Entretanto, poderíamos perguntar: E quando ele era um ativista? Seria um Barrabás revoltado ou um João Batista, que também botava fogo pelas narinas e incitava a massa contra o regime dominante?

No caso de João, este preparava o terreno para outro que viria depois dele.

No caso do Presidente, ele preparou o terreno para ele mesmo. Tudo pelo poder! E porque não dizer pela reeleição, como de fato aconteceu.

Engraçado que no campo das coincidências, o atual Presidente, sempre procurou se identificar como um João Batista. Este foi ungido por Jesus Cristo como “o maior homem que já passou pela terra, nascido do ventre de mulher”. E o outro, vez ou outra, se proclama, também, como o maior homem, nascido do ventre de mulher (mulher pobre, humilde, sem instrução, que já passou muita fome nessa vida), como um messias. Pois, dentro da falsa modéstia que lhe é peculiar intitula-se como o melhor dos governantes que já passaram por essa terra santa, chamada Brasil.