Punk - Luta Pela Vida

Quem me conhece sabe de meu amor pelos animais, não só os cães, que tenho vários, mas gatos, pássaros e todos, principalmente se precisam de ajuda. Não ouço a tão famosa frase: por  que não ajuda uma crinaça? Não ouço porque ajudo.
 Porém os animias são os menos favorecidos quanto ao abandono, a grande maioria das pessaos compram nos pets da vida animais de raça com pedigree.  Já comprei também. Comprei Naja, Lolly e Vicky. Minhas três cockers maravilhosas. Mas foi então que percebi que o importante não era ter pedigree, sangue puro ou coisas semelhantes, pois jamais deixei cruzar, porque ficaria com todos os filhotes.  Foi então que despertou em mim a atenção para os cães sem dono, soltos na rua, com doenças,  famintos. Comecei ajudando financeiramente a SUIPA e uma senhora que cuidava de 80 cães sozinha com sua aposentadoria. Apareceram vários outros jogados aqui no Condominio e fiquei com 8 SRD, e as cockers.  Primeiro foi para os anjos a Vicky em 2006,a Lolly em 2007 e a Naja com 15 anos em 2008, dia dos namorados, perdi também o Mike, todos com câncer.
Jurei que jamais arrumaria outro cão, ou qualquer outro animal. A gente sofre bastante quando os vê sofrendo sem poder fazer nada e ainda ter, muitas vezes, que partir para a eutanásia.
Mas as coisas não são como desejamos ou pensamos. São como são e nada podemos mudar. 
Meu filho saía de moto para trabalhar, quando saiu na porta de seu Condomínio,viu um cachorrinho imundo, gritando de dor, cheio de sangue.  Tirou da beirada da rua e pos no cantinho da calçada. Voltou em casa, pegou o carro, telefonou para nós, e perguntou para onde levar, pois alí perto nao tinha veterinária aberta, era muito cedo. Indicamos a veterinária que levamos nossos amiguinhos e eu fui para lá esperar por ele, para liberá-lo para o trabalho. O serviço de meu filho é de salvar vidas humanas, mas ele generaliza e salva, na medida do possível , tudo que tem vida e os animais sofridos , principalmente. Cheguei lá e  a informação que recebi era de que ele  havia tido um problema na coluna, além de outros lugares quebrados. Fizeram raio x. e depois de muita conversa, indecisão,  falei em sacrificá-lo, pois um cão tetraplégico seria inviável cuidar. Mas então veio uma anja, uma anjinha em forma de veterinária, junto com um cirurgião excelente da vet. e sugeriu tentar a cirurgia de graça na faculdade  em que esse cirurgião dá aulas, e seria como aula para os alunos  a tentativa de salvar o Punk, nome que a doutora deu por causa do pelo todo em pé. A ´principio não quis ver o animal, mas à tarde, me arrumei e fui vê-lo. Ele só iria ser operado, apos 3 dias, pelo trauma, fraqueza, enfim todo o estado geral. 
Cheguei e fui para o final da veterinária onde ficam os internos. Lá estava ele, todo raspadinho, sem aquele pelo imundo. Cheguei perto e vi dois olhinhos lacrimejantes fixarem-se em mim, mostrando a dor sentida. Interessante como os cães sabem falar com os olhos. Naquele momento vi os mesmos olhos de meus quatro que partiram com câncer. Acariciei sua cabecinha, falei que ficaria bom e que teria uma dona mocinha que cuidaria muito bem dele. Era minha netinha, pois meu filho falou que ficaria com ele. No dia certo levamos para a faculdade e ele foi operado. A cirurgia deveria durar umas quatro horas, mas levou apenas duas horas e quarenta minutos. A cirurgia foi bem, sem problemas, mas ele não respirava sozinho, só com aparelhos....Vi no rosto cansado do veterinário a dor que sentia pela possibilidade de perder seu cliente depois de fazer uma cirurgia tão delicada, ter sucesso e o bichinho, frágil que estava, não  respondia à respiração normal. Isso levou mais de uma hora. Estávamos na sala de espera, e depois de mais de meia  hora, ele veio e disse para voltarmos pra casa, pois eles ficariam lá até o final, sem desistir. Viemos embora com grande tristeza. O pobre animal além de ter sido abandonado na rua a própria sorte,  sofreu o atropelamento, o sujeito foi embora, sem querer saber, e acredito faria o mesmo se fosse uma criança ou mesmo um adulto.  Por  volta das dezenove e trinta o telefone tocou. Era o veterinario dizendo que ele finalmente, estava respirando sozinho... Hoje, sexta feira fomos buscá-lo e deixá-lo na veterinária novamente para os devidos tratamentos. O que me fez escrever sobre tudo isso é exatamente para que prestem atençao no olhar dos animais, sejam quais forem. Quando vínhamos de volta, ele no transporte, olhava  para mim, já sem aquele olhar lacrimejante, seu olhar era de indagação. O que estaria ele pensando? Eu o acariciava e conversava com ele, e vi que ficava atento, como se estivesse entendendo o que eu falava. Claro, ele apenas escutava uma voz suave falando com ele, delicadamente, e acariciando-o.  Em determinado momento conseguiu se mexer e virou a cabecinha e dormiu.
Ficará comigo enquanto precisar de cuidados, só irá para meu filho completamete curado, pois todos lá trabalham.
Fico pensando como pode uma pessoa ter a coragem de, se acidentalmente, atropela um bicho, ir embora e deixar que fique sofrendo para morrer aos poucos. Será que não passa pela cabeça dessas pessoas que é um ser tambem criado por Deus? Que vai ficar morrendo lentamente com formigas, e sei lá mais o quê.!!
Mas acredito que tanto com os humanos como com os animais , se doentes, ao serem tratados com amor, com carinhos, ao se demonstrar cuidados e atençao, a
luta pela vida cresce, dá estímulo, tanto ao humano quanto ao animal, por não se sentirem abandonados, sabem, percebem que alguém se importa e lutam pela vida. E asssim fez esse poodle abandonado,.. lutou e venceu. E vencerá mais outra batalha que será a de andar, pois foi muito atingido na coluna e poderá ficar sem movimentos, Mas sei que lutará tambem, pois ao chegar na vet. conseguiu sozinho mudar de posição,o que indica que moveu as patinhas traseiras. E assim o Punk,  que já não tem mais o pelo em pé...viveu sua história sofrida, mas terá daqui pra frente todo o amor e carinho que merece. E as pessoas que não se importam em fazer mal a outros, não devem conheceer a Lei do Retorno, a Lei da Causa e Efeito, que são tão faladas hoje em dia, mas são pouco usadas realmente. Punk achou meu filho que o salvou, e quantos ficam no meio do caminho sem que sequer percebam que alí existe uma vida, e merece uma chance e que essa vida foi dada por DEUS.
naja
Enviado por naja em 29/08/2008
Reeditado em 23/12/2010
Código do texto: T1152553