A falácia dumha política linguística
José Manuel Barbosa Alvares
Num Estado como é o Espanhol, ou mais correctamente denominado Reino da Espanha, com umha tradiçom castelhanista, absorvente e centrípeta no que diz respeito do assunto nacionalitário, a monarquia que criou para a nossa língua uns séculos chamados obscuros, que criou nos nossos cidadaos complexos por sermos galegos, que matou e violentou a nossa gente para impor um modelo nacional, que mentiu quando morto Franco se disse que ia subsanar o estrago de tantos séculos com o pago dumha "Dívida histórica" -mas que ao final ficou em absolutamente nada-, que criou consciência na nossa gente de termos umha língua "irmá mas diferente" da portuguesa e que foi capaz de reduzir o número de falantes da nossa língua num 6% (segundo os seus próprios dados) nos últimos 20 anos sem se cansar de predicar o sucesso da sua política linguística à vez que quebrava pola primeira vez na história da Galiza desde Roma até hoje o vínculo entre geraçons no uso da língua galego-portuguesa na Galiza, esse Estado com a sua delegaçom chamada Junta da Galiza que usa o ensino para reciclar linguisticamente os nossos nenos que entram falando em galego e marcham falando espanhol, desse Reino há como mínimo que desconfiar e pensar qual vai ser o seu próximo passo à hora de vaziar de contido esta realidade nacional criada como naçom independente mesmo quando ainda existia o Império Romano.
Bom, seguindo este fio argumental temos de dizer que o passado dia 12 de Setembro de 2004 saiu nos jornais (a minha informaçom é do jornal "Faro de Vigo") que a Junta da Galiza quer obrigar a ministrar em galego polo menos a metade das aulas seguindo um novo plano de normalizaçom linguística que propom reforçar a inspecçom nos colégios para que se cumpre a normativa. Acompanha a essa notícia um quadro no que se podem ver as percentagens de uso de galego entre a populaçom infantil:
PROVINCIA ENTENDEM FALAM LEM ESCREVEM
Crunha 97'94% 79'97% 63'44% 46'61%
Lugo 98'96% 90'01% 72'62% 58'81%
Ourense 99'02% 89'92% 69'34% 56'64%
Ponte Vedra 98'27% 82'48% 63'41% 48'87%
VILAS
Noia 99'83% 97'92% 78'89% 68'29%
Monforte 99'49% 93'78% 71'82% 55'13%
Carvalhinho 99'65% 95'10% 76'29% 67'63%
Sam Genjo 99'46% 91'14% 72'73% 64'75%
ZONAS RURAIS
Dumbria 99'97% 99'80% 86'62% 77'74%
Meira 99'77% 98'91% 77'36% 59'97%
Cortegada 99'92% 98'40% 81'79% 71'64%
Vila de Cruzes 99'97% 98'92% 88'72% 79'11%
USO REAL DA LÍNGUA SEMPRE ÀS VEZES NUNCA
De 5-9 anos 37'63% 47'77% 14'50%
De 10-14 anos 41'46% 49'23% 9'30%
De 15-19 anos 44'44% 42'27% 13'28%
De 20-24 anos 45'82% 37'15% 17'01%
De 25-29 anos 45'01% 37'29% 17'69%
De 30-64 anos 47'06% 36'00% 16'93%
Mais de 65 anos 75'54% 15'50% 8'95%
O nosso ponto de vista, umha vez termos visto estes dados som os seguintes:
1-A Junta propóm "impor" o 50% das matérias em galego (esse galego-castelhano que eles também "imponhem") para assim criar rejeiçom contra a nossa língua. Se realmente quigerem normalizar nom optariam pola imposiçom, da mesma forma como NOM SE IMPÓM o espanhol para que os galegos acabem usando-o habitualmente.
2-Após vinte anos de sucesso (para eles) e retrocesso da língua galego-portuguesa na Galiza, agora abrimos mais umha etapa, quiçá final ou prévia á final que tentará reduzir (ou eliminar) ainda mais o número de utentes e o número de crianças que tenham a nossa língua como língua de início.
3-A nova mudança da norma ILG-RAG-ASPG é um dos instrumentos para completar o seu labor e os nacionalistas galegos continuam com o seu despiste, a cairem na armadilha e a seguirem o ditado da política linguística oficial convencidos da sua "vondade", da vondade do lobo com pele de ovelha.
Após lermos esta informaçom surge em nós a terrível suspeita de que os objectivos planificados polo plano de normalizaçom linguística real, quer dizer, do espanhol na Galiza, foram conseguidos e a mentira assim como a informaçom falaciosa continua a ver-se nos meios de comunicaçom. Quem acredita nesses dados fornecidos pola oficialidade?? Quem nom tem a informaçom da UNESCO de que a nossa língua corre o risco de possível extinçom??
Os nossos dados som os seguintes, estes fornecidos polo Professor José Martinho Montero Santalha recolhidos por ele no exercício do seu labor docente e de compromisso com a língua:
NASCIDOS LINGUA MATERNA PERDA DE FALANTES PERDA
ATÉ ESSE PERÍODO ATÉ ESSE MOMENTO TOTAL
Até 1900 93% 7% 7%
1901-1910 90% 3% 10%
1911-1920 86'4% 3'6% 13'6%
1921-1930 81'8% 4'6% 18'2%
1931-1940 76'4% 5'4% 23'8%
1941-1950 69'8% 6'6% 30'4%
1951-1960 61'8% 8% 38'4%
1961-1970 50'7% 11'1% 49'5%
1971-1980 39'1% 11'6% 60'9%
1981-1990 23'8% 15'3% 76'2%
1991-2000 5'3% 18'5% 94'7%
Esses dados venhem assegurar-nos que as crianças do futuro vam falar espanhol na sua grande maioria e que por essa aritmética o fim deste século XXI veja, se as cousas continuam como até agora, o esmorecimento desta língua que nos dá sentido como povo.
Deus nos continue colhendo confessados.