E AGORA ?

Lembrei-me da música famosa Et Maintenant de Gilbert Bécaud e Pierre Delanoe, que tanto nos encantou e mexe com nosso coração. Entretanto, tenho um grave defeito: estou sempre me perguntando o porquê de vir à minha mente esta recordação, quando nem pensava nela.

Por horas a frase interrogativa insistia em minha mente e resolvi achar uma resposta, em formato de uma escrita.

E amanhã, o que dirão meus netos, talvez meus filhos, sobre minha atuação diante de um mundo que se esfacela, que se exibe, que finge ser, ao contrário de procurar fazer?

O que será eles pensarão, ao faltar-lhes água, ar puro, florestas, animais?

Como reagirão quando as calotas polares degelarem e a água poluída dos oceanos invadirem a terra, afogando à maioria?

Os carrões que poluíram tudo, o petróleo que comprou vidas postiças, repletas de gastos desnecessários, de dólares furados, irão salvá-los? Valerão nada, pois papel molhado sequer pegará fogo para aquecê-los.

Terão fome, não terão abrigo, amigos, pois todos estarão brigando pela última folha de alguma vegetal, ou peixe contaminado.

Num mundo onde se precisa de esperança, será que este artigo é bem vindo?

Muitos dirão que não, pois vivem de acreditar em fanfarronices, cantadas como vitória própria nas medalhas de atletas e campeões de futebol, para se enganarem que nada está a acontecer.

Felizmente não compactuo com esta mentira. Ensinaram-me a plantar uma árvore pelo menos, a escrever um livro a despertar pessoas para a vida, a buscar soluções exeqüíveis, a provar que se nos enganamos, criamos alterações orgânicas, que servirão para uma auto-expiação inconsciente aos nossos erros.

Gosto de rir, gosto de fazer gaiatices e sei chorar! Meu coração pede que eu tente desabafar, que eu tente convencer a alguém, daquilo que estou convencido e faço, porque me faz bem: “Vamos lutar! Vamos buscar gente honesta para trabalharmos juntos, vamos deixar de ser só um ‘meio ambiente’, para termos um ambiente sadio, inteiro, paradisíaco”.

Afinal não foi pensando assim que o Ordenador da Natureza nos criou? Por que trair Sua confiança? Por que sermos ridículos, quando mesmo sabendo-nos insignificantes podemos mudar a nossa vida, para não termos que perguntar: “O que fizemos”?

E agora, ou se acontecer amanhã, você pode dizer que pelo menos tentou?

Tomara que sim!

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Dr. Márcio Funghi de Salles Barbosa

Psiquiatra, Terapeuta e Consultor de

Relações Humanas nas Empresas

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