CIR e o Movimento Indigenista Internacional

“Os cinco vice-reinados e as cinco capitanias do império espanhol se dividem em 25 países. As treze colônias norte-americanas se unem e formam a nação mais poderosa da Terra.

DIVIDE E VENCERÁS; UNE E REINARÁS”.

(Simón Bolívar)

Hiram Reis e Silva (*)

Movimento Indigenista Internacional

O Movimento Indigenista Internacional ‘encrustado’ na Fundação Nacional do Índio (FUNAI), na Igreja Católica e Organizações Não- Governamentais (ONGs), cooptadas e financiadas pela oligarquia anglo-americana, se mobiliza, de todas as maneiras, na tentativa de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que este decida favoravelmente à criminosa demarcação contínua da reserva indígena Raposa e Serra do Sol, em Roraima. Essa mobilização demonstra que sua principal finalidade é obstaculizar toda e qualquer medida que possibilite o crescimento e progresso sócio-econômico dos países em desenvolvimento.

O Movimento ganhou novo fôlego, no Brasil, quando o presidente da república, em abril de 2004, sancionou o decreto nº 5.051, promulgando a ‘Convenção nº 169 da OIT Sobre Povos Indígenas e Tribais’ e, força redobrada, com a aprovação, pela ONU, em setembro de 2007, da Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas, que confere proteção internacional para mais de 370 milhões de indígenas e se encontra, atualmente, em exame pelo Senado Federal. Tanto a Convenção como a Declaração estabelecem direitos a estes povos sem levar em consideração as Cartas Magnas Nacionais. Esperamos que nossos representantes, em nome da soberania, votem contra a ‘Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas’ aprovada pela ONU.

Os organismos que se dizem preocupados com a questão indígena estão, na verdade, procurando, através de todos artifícios legais possíveis, manter o controle e a simpatia das populações indígenas e, simultaneamente, intocadas áreas que possuem imensuráveis recursos naturais para que as mesmas venham a atender seus interesses futuros.

‘Armações’ da Survival-International

Farsa Ianomâmi

Nenhum dos grandes cientistas e exploradores anônimos que cruzaram os vales do Uraricoera e Orenoco, avistaram quaisquer índios com nome ‘Ianomâmi’. Em seu estudo ‘Índios do Brasil’, edição do Ministério da Agricultura, Conselho Nacional de Proteção aos Índios, publicação nº 98, volume II, edição 1958, o maior e mais respeitado indigenista brasileiro - Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, não faz qualquer alusão aos ‘Ianomâmi’ dentre as tribos levantadas na região.

A reserva ‘Ianomâmi’, projetada inicialmente com uma área aproximada de 2,4 milhões de hectares, foi ampliada para 5 milhões de hectares tão logo foram conhecidos os primeiros resultados do levantamento dos recursos minerais da Amazônia executados pelo Projeto Radam-Brasil em 1975. Na data de sua criação, a Portaria 580, de 15 de novembro de 1991, assinado pelo então Presidente Fernando Collor, passou para 9,4 milhões de hectares. ‘Curiosamente’ esta ampliação permitiu que as grandes reservas de minerais nobres (ouro, estanho, minerais radioativos e o nióbio da região dos seis lagos), detectados pelo Radam-Brasil, ficassem dentro da reserva.

A Survival-International foi fundada em 1969, com a finalidade precípua de inventar os ‘Ianomâmis’ e criar a reserva. Robin Hanbury-Tenison, presidente da SI, em 1971, fez diversos reconhecimentos na região, realizou estudos geopolíticos e levantou possíveis eixos de integração Sul-americana. No seu livro Worlds Apart, ele reporta que esses roteiros foram indicados pessoalmente pelo príncipe Philip. A criação da reserva representaria um bloqueio físico a qualquer integração que permitisse o desenvolvimento da região.

Ataque Planejado

A Survival-International exibe, no seu site <www.survival-international.org>, sob o título ‘Dramatic video shows attack on Indian village’ (em português, ‘Vídeo dramático mostra ataque a uma aldeia indígena’), um ataque como se o mesmo tivesse sido efetivado contra uma aldeia indígena. O ataque, orquestrado e muito bem planejado por parte do CIR, contava com apoio de ambulâncias e cinegrafistas e, por isso, provocaram o confronto invadindo com mais de 100 indígenas, no dia 05 de maio, a Fazenda do líder dos arrozeiros e prefeito de Pacaraima Paulo César Quartiero. Os funcionários da fazenda ordenaram a saída dos índios que se negaram a fazê-lo, dando origem ao conflito. A SI distorce a realidade para atingir seu objetivo maior que é pressionar o governo brasileiro, e o STF, a decidirem pela demarcação contínua.

“Se os fazendeiros e políticos conseguirem roubar a Reserva Raposa Serra do Sol dos índios, isso abrirá um precedente perigoso para todas as tribos brasileiras. Não podemos deixar que isso ocorra”, afirmou Stephen Corry, diretor da Survival-International.

Os Silvérios dos Reis Indígenas

Agenda Internacional

O índio macuxi Jacir José de Souza, fundador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), e a índia wapixana Pierlangela Cunha, coordenadora da Organização dos Professores Indígenas de Roraima, iniciaram em Madri a divulgação da campanha ‘Anna Pata, Anna Yan’ - ‘Nossa Terra, Nossa Mãe’, na língua macuxi com o intuito de pressionar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), brasileiro, pela manutenção da demarcação contínua da reserva. Apoiados por organizações não-governamentais estrangeiras, eles visitarão os Ministérios das Relações Exteriores, parlamentares e membros do Executivo de seis países do continente europeu (Espanha, Inglaterra, Bélgica, França, Itália e Portugal) para debater a situação da Terra Indígena Raposa e Serra do Sol (TIRSS) buscando apoio para a sua causa, dando dimensão internacional ao conflito, contrariando posição do governo brasileiro.

Purificação étnica

As lideranças indígenas do CIR estão engajadas em proibir casamentos entre indígenas e não-índios, para evitar o convívio com ‘maus elementos’. A iniciativa faz parte de um dos itens da agenda que o Movimento Indigenista e sua corja de seguidores pretende impor ao Brasil sem considerar que o país possui o mais elevado índice de miscigenação étnica de todo planeta.

“A mestiçagem unifica os homens separados pelos mitos raciais. A mestiçagem reúne sociedades divididas pelas místicas raciais e grupos inimigos”.

(Gilberto de Mello Freyre)

“A agricultora indígena, Cacilda Brasil, vive um dilema jamais imaginado ao longo de seus 76 anos de idade. Após ser retirada da propriedade onde morou por mais 50 anos, sob a alegação de que não tinha origem indígena, ela está liberada para voltar para a reserva Raposa/Serra do Sol, desde que não leve os filhos, pelo fato de os mesmos serem filhos de brancos”. (Tiana Brazão - Secom/ALE-RR - 16/04/2008)

Perseguição Religiosa

“A FUNAI acionou até o Supremo Tribunal Federal (STF) para retirar os missionários brasileiros da denominada Assembléia de Deus, argumentando que os evangélicos devem sair por não serem índios. Mas os padres que vivem nessa área são estrangeiros e estão incentivando os índios a lutar contra os evangélicos que não concordam com o monopólio do catolicismo na área”. (Deputado Márcio Junqueira - RR - 28/02/2008)

O omisso governo ‘companheiro’

O alienado governo ‘companheiro’ continua totalmente omisso, contribuindo consideravelmente para o sucesso do Movimento Indigenista Internacional. Essa omissão e, por que não dizer, conivência do governo e da diplomacia brasileira, mostra que o prestígio internacional de integrar como membro permanente o Conselho de Segurança das Nações Unidas é, para ‘os companheiros’, mais importante que a soberania nacional.

Fiona Watson, diretora da Survival International, atenta às prioridades do governo Lula, proclama: “O Brasil quer desempenhar um papel maior no mundo, com mais comércio, mais turismo e um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas, em troca, precisa levar a sério as suas obrigações internacionais: o Brasil ratificou a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os direitos dos povos indígenas e, agora, deve implementar essa convenção, que, entre outras medidas, obriga os Estados a reconhecerem o direito dos povos indígenas de possuir terras”.

(*) Coronel de Engenharia, professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) e presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS).

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Eliel dos Santos
Enviado por Eliel dos Santos em 19/09/2008
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