ADMINISTRAÇÃO DE RUÍDOS

A “administração de ruídos” aqui em casa, embora na época meu filho só contasse com 6 anos de idade, já nos interessava muito, pois as reações dele aconteciam geralmente em função da audição de “alguma música” e não por ruídos do cotidiano.

Conto no livro Vida de Autista o seu gosto pela música. (Não é comercial, o livro entrou na sua 12ª edição - esgotada).

De lá para cá, além do tempo implacável, muitas teses já foram defendidas para este tema, mas para nós nenhuma superou as fases que ele passou pela Musicoterapia, onde sem saber da sua falta de entendimento para “sons”, conseguimos administrar suas dificuldades, pois o que sabíamos efetivamente é que ele não era um deficiente auditivo, em face da quase uma rotina de psiquiatras aplicarem testes para esse fim, usando inclusive aquele “bendito” diapasão.

A nosso ver, e aí concordamos, é que os nossos amados autistas, demonstram uma dissonância rítmica, contra a qual o organismo humano não tem defesa a não ser a fuga para acomodar o funcionamento dos seus órgãos para o ritmo exterior.

Devemos procurar observar bem como o autista se expõe, às vezes, ao não saber selecionar adequadamente um som ou uma música que lhe é apresentada, direta ou incidentalmente, seja para seu relaxamento ou para ativação pedagógica.

Em questões de música para terapia, o gosto pessoal não conta. Um autista pode perfeitamente gostar de rock ou de outro ritmo musical. Porém, cada ritmo produz um trabalho e um resultado diferente no corpo dele.

A Ciência ensina que, as ondas sonoras são energias, e como tal, reconstituíveis, ou alteráveis. Além do mais existe uma ligação muito estreita entre o som e a luz (cor).

Cada tipo de música produz no meio ambiente que nos cerca determinadas cores, imperceptíveis a olho nu, porém, perfeitamente captadas pela mente (o subconsciente) e manifestadas, depois, pelas emoções. Assim há músicas que provocam nostalgias; outras, alegrias; outras, tristezas; outras, melancolia; etc...

A “administração de ruídos” deve ser feita de modo positivo e construtivo.

Isso não quer dizer que buzina de automóvel, trovão, foguetório, grito dos pais e sons ambientais sejam criticáveis e devam ser evitados.

A música deve ser altamente seletiva, o que caracteriza grande parte dos autistas.

Antes que o mundo desabe em cima de mim, não estou dizendo nada de novo, alerto que cada caso é um caso, o que estou contando não é para comparar ou contrariar nenhuma das manifestações feitas sobre o tema, tão polêmico.

São experiências com o “nosso caso” que não resisto contá-las.

Luz e Paz para todos.

Nilton Salvador
Enviado por Nilton Salvador em 03/10/2008
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