O VALOR DO VOTO III

Em muitos municípios mineiros situados nos mais diversos rincões desse estado de terras – cujos ecossistemas passam da Mata Atlântica à Mata tropical, do Cerrado em transição para o semi-árido (Caatinga) –, a política local sempre traz a tona características antigas de como determinada elite permanece no poder.

A ação desse grupo supera todos os tipos de manobras que desrespeita todos os eleitores e cidadãos que supostamente vivem num Estado Democrático de Direito.

Mentiras que duram alguns dias; tentativas de suborno; promessas de cargos comissionados que são prometidos para muitos eleitores e a vaga é somente uma; difamações e calúnias que se remetem aos adversários políticos e o famigerado ato de comprar votos na calada da noite por intermediários dos candidatos que não aparecem nunca; nas casas – pois esses não têm coragem para o debate político corpo a corpo. Portanto, em seus nomes esses intermediários falam e, mesmo sem convencimento, muitas vezes, o retorno é favorável, afinal existe o poder financeiro que dita às regras. E o voto vira mercadoria que passados alguns meses tem data de vencimento vencida.

O fato negativo mediante a tal manobra é que o município ficará sobre a administração de um mau político que se elege através de uma fraude financeira num descalabro sem tamanho. E, uma vez no poder, o retorno do dinheiro investido na campanha eleitoral – realizado por muitos agentes apolíticos e interessados no negócio – volta para o bolso o valor em dinheiro várias vezes.

A política não pretende ser mercado que sempre favorece uma elite gananciosa e o município sempre padece de políticas públicas pertinentes. Estas são capazes de atenderem os cidadãos em suas necessidades mais básicas como: saneamento básico e educação.

Estas duas áreas de atuação, saneamento básico e educação, são alicerces e ações de bons políticos comprometidos com o bem-estar da comunidade. Uma população com saúde e educação reivindica melhor os seus direitos políticos, sociais, econômicos e culturais...

Vamos analisar de forma coerente: se o governo municipal não investe no saneamento básico – o esgoto das casas fica a céu aberto e essa realidade traz doenças como diarréias e respiratórias para as crianças e para os adultos. Caso se realize essa necessidade básica o governo municipal administrará melhor os recursos financeiros, pois os gastos para com o saneamento básico são bem mais baratos do que tratar as doenças que, muitas vezes, poderiam ser evitadas. Agora, no caso da educação, DE QUALIDADE, que é política fundamental traz a população informações e conhecimentos básicos para formação de um eleitorado capaz e crítico de definir melhores os candidatos e eleger políticos eticamente afinados com o bem-estar coletivo e jamais com compromissos com um grupo político-particular, arrogante e oneroso.

No Brasil a mudança política passa pelo próprio município!

Autor do romance lírico infanto-juvenil Um Carro de Bois que Transportava Logos e de coletâneas como: Rio das Velhas em Verso e Prosa (Prêmio Projeto Manuelzão/UFMG/Morro da Garça/2006); Letras Mínimas (Ed.Guemanisse/2007); Elos e Anelos – Menção Honrosa (Teresópolis/2008).

Newton Emediato Filho
Enviado por Newton Emediato Filho em 04/10/2008
Reeditado em 07/11/2008
Código do texto: T1210908
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