Tragédia anunciada.

Estão procurando um “bode expiatório” pra ser o culpado pela loucura que aconteceu em São Paulo na semana passada, quando aquele jovem seqüestrou duas jovens, as manteve em cativeiro e acabou matando uma delas.

Alguns querem culpar a polícia, dizendo que ela agiu com precipitação e levou o jovem a fazer o que fez. Outros dizem que foram os canais de televisão que passavam a informação on line pra dentro do apartamento e mantinham o seqüestrador informado.

A polícia não agiu com precipitação em absoluto, esperou 100 horas pra depois tomar uma atitude. Se a polícia pecou em alguma coisa, foi ter demorado muito a agir. A demora em agir se dá pelo fato de nossa polícia estar totalmente desaparelhada e amordaçada, manietada tanto de material como de pessoas competentes para negociar e tomar decisões. O policial brasileiro é sempre o “vilão” de qualquer história que acaba mal. É sempre o culpado, até mesmo quando algum deles morre em serviço.

A polícia em não agindo rapidamente pra resolver a questão, tomando a decisão de ou invadir o apartamento ou em “eliminar” a ameaça por atiradores de elite, protelou uma decisão que precisava ser tomada. Se tivesse invadido no primeiro momento, até algum policial poderia ter morrido. Se tivesse eliminado o rapaz com atiradores de elite, os “policiais assassinos” seriam expostos e crucificados pela mídia. Era uma questão muito difícil de ser resolvida, ninguém queria tomar a decisão.

Em outros países, o rapaz teria sido eliminado e com ele também o problema. Mas, no Brasil as coisas não se resolvem assim. Em nada neste país se tomam decisões rapidamente e que venham a resolver coisa nenhuma, tudo é protelado. O que temos agora? Uma jovem ferida, uma jovem morta e um jovem levado à prisão e que possivelmente vai morrer dentro dela, porque no código dos bandidos eles não perdoam esse tipo de coisa. Seqüestrar duas meninas, matando uma delas é considerado “covardia”. Para eles, os bandidos, o cara é macho quando assalta um banco, enfrenta um policial, traficam drogas e outras coisas.

O que falta na polícia brasileira são pessoas que tomem decisões. Pessoas que decidam quem é o vilão e quem é o mocinho, quem deve salvar-se e quem deve ser eliminado pra preservar a vida de outras pessoas. O cara agora, que saiu ileso dessa empreitada depois de matar a jovem Eloá, vai ter um “julgamento justo” e possivelmente uma pena relativamente leve em confronto com o crime que praticou. E onde está a “justiça” para Eloá. Morreu o inocente e ficou o culpado vivo, que dentro de pouco tempo estará solto, porque bandido no Brasil não fica muito tempo na cadeia. Há milhares de exemplos disso.

Eloá morreu, antes tivesse morrido o bandido, porque é isso que ele é. Não é estudante, nem jovem descontrolado, nem qualquer outra coisa, fez o que fez conscientemente. Como ele mesmo disse: tinha um diabinho de um lado e um anjinho do outro. Porque ele não ouviu o anjo? É inadmissível que um jovem na tenra idade tenha tal fixação por uma mulher (ou menina) que não seja capaz de raciocinar.

Que fique a lição para a Justiça e para a polícia, é preciso ter agilidade, decisão e competência para agir em casos como esse. Senão a tragédia é inevitável.

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Acreucho
Enviado por Acreucho em 20/10/2008
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