CASO ELOÁ - TRAGEDIAS EM PROFUSÃO

Irritam-me casos midiáticos como Isabella Nardoni e Eloá/Lindemberg.

Porta arrombada não precisa de tranca.

A tragédia nas famílias está instalada.

Vidas ceifadas direta e indiretamente.

Marcas indeléveis e inexoráveis ficarão para os pais de todos os envolvidos.

Culpar mais ainda estas pessoas é cruel.

Que os pais da púbere Eloá não deveriam permitir o namoro quase pedófilo.

Depois ficou-se sabendo que o pai de Eloá é um criminoso procurado pela Justiça. Iria exigir o quê da filha?

Além do mais, namorariam às escondidas, todos sabem.

Provavelmente, no conjunto habitacional da tragédia deve haver casos semelhantes.

A Policia deveria atirar?

A imagem de Adriana Caringi estava, certamente, na rota da bala do policial encarregado do disparo.

Que deve a policia fazer num dilema?

Qualquer um dos dois caminhos é certo.

Ou errado?

A Policia agiu.

Deu tudo errado, como recentemente na Praia Grande, onde uma balconista foi assassinada ou na Zona Leste, onde o pacato marceneiro Gilberto matou a amante e se matou e a Polícia esperava para agir.

Lembram-se deles?

No caso de Santo André, as críticas do “guinesco recorde do mais longo seqüestro nunca visto neste país” pesavam sobre a cabeça da Polícia.

O ser humano baba por um desastre.

Multidões param para ver alguém se jogar de um prédio.

Audiências espocam e manchetes vão para o canto da página em segundos.

Deram muita espetaculosidade ao evento.

Até os traficantes do conjunto habitacional manifestaram-se irritados pela perda de dinheiro nos dias do cárcere privado.

Puseram os repórteres para correr imediatamente ao desfecho da retirada das vítimas.

Inadmissível, isso sim, permitir-se a volta da segunda moça ao local do crime.

Agora ficar-se no “se fizessem isso, se fizessem aquilo”...

Se...

Sirva de aprendizado que tragédias acontecem.

O rapaz era um animal irracional?

Não!

Estava desesperado, mas, antes de tudo, surtado.

Escutava diabinhos e, absolutamente transtornado, não tinha certeza de que rumo tomar com a perda da amada.

Não é o amor que desequilibra, que transtorna.

As pessoas é que são desequilibradas e não percebem.

Lindemberg era tido até então como um trabalhador.

Seja condenado pelo crime.

Cumpra a pena, seja tratado e volte à sociedade.

Lembro que há mais de 15 milhões de doentes mentais identificados no braziu.

Lindemberg é apenas mais um, não identificado, que cometeu uma tragédia.

Resta o consolo que Eloá perdeu a vida, mas deu esperança a outras.

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 20/10/2008
Reeditado em 02/11/2008
Código do texto: T1238529
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