Entorpecentes bombas atômicas

Quem não se recorda, pasmo pelo terror, dos devastadores efeitos das bombas atômicas do século passado nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial? Pois digo que aquele horror tão evidente não tem o impacto dos horrores causados por outro tipo de "Bomba Atômica": o advento das drogas. A partir da década de 1960, com a liberalidade exacerbada apregoada pelos quatro cantos do mundo como modelo de virtude, presenciamos o surgimento e a detonação da mais devastadora "arma letal" dos últimos tempos, a bomba das drogas, a qual repercute tão ferozmente e destrutivamente, sendo um tanto difícil mensurar em poucas palavras os estragos por ela causados... Inicialmente, dois tecidos são dilacerados, o epitelial, ou seja, a pele, o corpo, a saúde dos consumidores de drogas. Depois o tecido social, ou seja, a sociedade estabelecida e principalmente sua célula preciosa: a família. Em efeito dominó, bairros vão sendo corrompidos, cidades, Estados, países, continentes... O poder público, notoriamente e historicamente corruptível, é mais suscetível aos desdobramentos e efeitos colaterais das drogas, alastrou-se pelo mundo todo um tipo de câncer causado pelas drogas que se configura pelo poder paralelo, uma criminalidade que produz drogas, forma marginais, gera enfim... morte! A bomba das drogas, ora silenciosa e sorrateira, ora escancarada e noticiada, é algo sem precedentes na história humana, pois repercute no âmago do indivíduo e da sociedade de forma incomparavelmente nociva, um cogumelo de irradiação dilacerante, ceifando vidas, estruturas familiares, valores, princípios, democracias, leis... Os jovens constituem a faixa etária mais visada e mais vulnerável, um público cativo muitas vezes, inclusive nas campanhas de apologia às drogas e sua liberação... não têm consciência de que são contribuintes na lógica da arregimentação de partidários e na arrecadação de fundos da indústria armamentista da metafórica bomba atômica, entranhada nas hierarquias da governança que move o ser humano, criatura tão apegada ao poder e ao que ele simboliza. Com isso, governos mesclam o Estado de Direito com o Estado Paralelo, num enlace nefasto, por si só, outra "bomba atômica"... Reflito novamente sobre o poder de destruição das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, agora convido o leitor deste texto a fazer o mesmo, comparando-as com os rastros de destruições que presenciamos tão cotidianamente ocasionados pelas drogas... portanto, proponho uma questão: o que fazemos para que não seja apertado o botão detonador da "bomba atômica" das drogas?

Carlos Augusto de Matos Bernardo

POST SCRIPTUM:

Se refletirmos bem, o cigarro e muitas bebidas alcoólicas podem ser enquadrados como drogas... Mas, subjetivamente, no texto me referi propriamente a Ecstasy, Maconha, Cocaína, Crack, "Rebite", LSD, etc. Não vejo possibilidades de legalização, não há discernimento, juízo, moral ou domínio próprio que justifiquem isso. É um contrasenso conciliar coisas tão nocivas com um bem-viver, saudável e moralmente compatível. Não há meios certos de se fazer uma coisa errada... Drogas nunca constituíram nem constituirão algo edificante... Nada substitui uma conduta serena e transparente, com personalidade firme e sem transtornos químicos, saúde orgânica regrada e cuidada. Naturalmente quem bem procede se afasta das drogas, água e óleo não se misturam... Quem se refugia nas drogas por qualquer motivo, já está em terreno perigoso independentemente do ponto de vista, isso é fato, líquido e certo... (o autor)

Augusto Matos
Enviado por Augusto Matos em 16/12/2008
Reeditado em 23/06/2010
Código do texto: T1338273
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.