Conduta médica em caso de estupro. É importante que saibam o que fazer!

Quando foi proclamada a República no Brasil, Aristides Caire proferiu a famosa frase "O povo assistiu à proclamação da República bestializado". No curso do Século XX as inteligências brasileiras que quiseram fazer algo conseqüente pela educação no Brasil foram marginalizadas ou pelo Estado Novo, sob o comando de Getúlio Vargas. ou durante a ditadura militar, que promoveu uma modernização conservadora do país. E agora, depois dos ciclos de governantes militares, pela demagogia dos antigos líderes oposicionistas. Não quero justificar pela má qualidade de educação o fato de que uma jovem ou um jovem, uma mulher ou um homem possam ser estuprados por delinqüentes ou bandidos pervertidos. Mas o fato é que, como médico, posso assegurar aos leitores que isso acontece na realidade.
Posto o quê, é preciso que, antes de pensarem em se envergonharem de tal situação extremamente constrangedora e até traumática demais, pensem em sua saúde e procurem um posto de saúde ou uma emergência pública imediatamente.
Por que há condutas médicas para que as pessoas vitimadas não venham contrair doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS e a hepatite B; quais sejam:
1) Homens e mulheres precisam começar a tomar o coquetel de medicamentos anti-retrovirais, que impedirá que contraiam AIDS, se isso for feito imediatamente;
2) Homens e mulheres precisam ser vacinados contra a hepatite B, são três doses e este calendário de uma dose por mês precisa ser respeitado rigorosamente;
3) Mulheres precisam tomar a pílula do dia seguinte para evitarem uma gravidez indesejada;
4) As mulheres que venham a engravidar por não terem tido a oportunidade em tempo hábil de evitar essa gravidez indesejada têm direito legal de fazerem aborto e há hospitais públicos em todas as Unidades da Federação que realizam este tipo de aborto.
5) Mesmo aquelas que façam o aborto legal devem ser testadas para verificação do fator rh, se for rh negativa precisarão fazer a vacina rhogan para evitar que o sangue do agressor transmitido ao feto ( eventualmente rh positivo ) venha a sensibilizar o sistema imunológico da gestante involuntária, com advento possível de doença de incompatibilidade sanguínea numa futura gravidez desejada.
Espero que isso nunca aconteça com ninguém, mas eventualmente poderemos ajudar a alguém conhecido, um familiar ou a nós mesmos, sabendo das condutas médicas nesta situação tão peculiarmente indesejável.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 04/01/2009
Reeditado em 12/07/2011
Código do texto: T1367611
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