A ORDEM PENTECOSTAL

As denominações pentecostais são muitas, todavia, a doutrina é sempre a mesma, um pouco das verdades da Bíblia e outro pouco de invenções pastoreiras e distorções da Palavra de Deus, diferenciando-se entre elas apenas um pouco na liturgia do culto. Na verdade, nas denominações pentecostais predomina o espírito de rebeldia sem causa juntamente com o de auto condescendência própria. Em regra, o motivo de dissidência é o dinheiro, o caixa da igreja, a tesouraria. As igrejas pentecostais são a mãe da desorganização. A maior deles, e talvez mãe de todas, tem mais de oito milhões de membros no Brasil, no entanto sua Casa Publicadora não é muito antiga. Sem contar que não possui escolas de nível superior para seus pastores, tampouco órgãos destacados de ajuda humanitária, bem como escolas, hospitais, etc.. É que corrompem uma passagem bíblica para possibilitar a corrupção de seus líderes. A passagem em questão trata da vã glória dos fariseus do tempo de Cristo que davam grandes quantias nas sinagogas a vista de todos, faltando somente tocar trombetas para aparecerem e tripudiarem sobre os outros, querendo parecer preferidos de Deus. Então a Bíblia diz que uma das mãos não tem que saber quanto a outra deu. Por isto, nessa grande denominação pentecostal, bem como em outras tantas, o tesoureiro local não tem que dar sequer um recibo para o membro dizimista, não tendo assim que dar conta dos números para seu correspondente na hierarquia superior, podendo desviar o quanto ele e o pastor desejarem.

Então ficam, o tesoureiro e pastor, mancomunados no uso do dinheiro dos dízimos e ofertas, monopolizando o acesso e o desvio, sem ter que prestar contas para os membros, nem para as autoridades superiores, e quando a mamata termina, quando a comissão da igreja resolve terminar com a festa, geralmente um pastor, tesoureiro, ou alguém que aspirasse o cargo, mas foi impedido, sai e funda outra pentecostal, com um nome qualquer de última hora.

Estrutura semelhante possuem as outras denominações pentecostais tradicionais, como é o caso de de uma com o nome que lembra o homem que batizou Jesus e outras tantas com nomes que variam uma palavra ou outra, das quais derivam centenas de dissidências.

Com toda certeza algum desentendimento na tesouraria da igreja foi o motor da dissidência de Davi Miranda, que fundou a Igreja Deus é Amor, de sua propriedade. Conservadora radical nas tradições doutrinárias assembleistas, mas inovadora na administração, pois a Assembléia, por desorganizada que seja, é uma associação. Se não fosse o caixa da igreja a razão da dissidência de Davi Miranda da mãe pentecostal, sua igreja seria uma associação, não uma propriedade particular. Da Deus é Amor, com toda certeza e pelo mesmo motivo, saíram Edir Macedo e RR Soares, os cunhados que fundaram a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cuja doutrina perdeu o conservadorismo assembleista e descambou para o universalismo, admitindo doutrinas umbandistas e espiritualistas extra-oficialmente, e na parte administrativa tornou-se escrachadamente máquina de captação de riquezas para seus líderes.

Dessa fusão, por algum motivo também relacionado com o caixa, saiu a Igreja Internacional da Graça de Deus, com nome sonoricamente parecido com a primeira. Os motivos da dissidência, segundo RR Soares, teria sido a doutrina, que no programa de televisão parece menos focada no dinheiro, embora que tão avassaladora intelectualmente quanto a da IURD. Todavia, somente parece menos voltada para o dinheiro, pois as agências de publicidade bem sabem quanto custa um programa ocupando todo o horário nobre na TV Bandeirantes. São fortunas que os anunciantes pagam nos intervalos das novelas da Globo às oito da noite. Certamente que na TV Bandeirantes é uma fortuna um pouco menor fazer um programa em todo o horário das novelas.

E dessas últimas duas denominações saíram um cem número de denominações neopentecostais, com uma igrejinha aqui e outra ali, uma, inclusive, e a cadeia conseguiu pegar, mas nem assim muitos dos seus fiéis foram salvos da morte no desabamento do teto da casa de culto em São Paulo.