A Pergunta Crucial

Primeiramente, saliento que este artigo não tem qualquer vínculo com qualquer filosofia religiosa, porém é para ser lido por pessoas que acreditam em Deus, em um Deus perfeito, causa primária de tudo que existe no Universo.

Analisando aspectos de várias religiões existentes no planeta, muitas delas, na ânsia da obtenção da chamada "Vida Eterna" ou "Salvação", muitas vezes atropelam o que é Principal, sem o qual todo o mais não faria sentido algum. Estou dizendo, que estas religiões "flutuam" no espaço, tentando construir edificações sem estabelecer ou validar suas fundações.

Todos que acreditam em Deus devem concordar que ele é perfeito, assim sendo, perfeitas devem também ser suas obras, ações e leis, esta conclusão é óbvia, ou deveria ser. Nenhum ser humano é capaz de explicar Deus, assim sendo, todos que acreditam em Deus é por observação de suas obras perfeitas, a dizer a natureza, as leis da física, matemática, o corpo humano e todas as forças que regem o universo (eletricidade, magnetismo, dentre outras) e por sentimento! Considerando isso, nada que Deus criou pode ter qualquer traço de imperfeição, por mínimo que seja. Tudo que foi escrito até aqui é óbvio, ou deveria ser.

Algumas das perfeitas leis que Deus criou foram as que regem a matemática e esta, como um dos principais fundamentos, traz a lógica que é exercida mediante raciocínio que o homem pode desenvolver por obra do Divino. Quando o ser humano raciocina, ele, através da lógica, chega a uma conclusão verdadeira até então desconhecida e mais avançada a partir de uma base conhecida e comprovadamente verdadeira. Muitos podem confundir isso com "Livre Arbítrio", porém o livre arbítrio está baseado em escolha e o raciocínio nada mais é que uma ferramenta de apoio ao processo de escolha.

Todo elemento ou peça lógica se baseia, muitas vezes, numa premissa considerada verdadeira ou falsa e tudo o mais, que a partir desta premissa se desenvolva, não pode contrariar o que foi definido como premissa, com o preço de um dos dois: ou a premissa está errada ou o que foi desenvolvido está. Uma vez invalidado o desenvolvimento elaborado a partir da premissa, qualquer conclusão que venha associada a tal desenvolvimento também não é válida.

A premissa de um Deus perfeito deveria nortear qualquer raciocínio ou filosofia religiosa ou espitualista, digo deveria, pois, aquela ânsia citada anteriormente, faz com que esta premissa seja categoricamente negada. Esta ânsia é perigosa, pois abrindo a conclusão de um Deus imperfeito, abrem-se também perigosas portas para o mal. No parágrafo seguinte farei um exercício somente com um aspecto para que esta percepção seja mais clara: a justiça.

Um Deus perfeito, obviamente, possui um tribunal perfeito, leis perfeitas e julgamentos perfeitos, muito superiores, é evidente, que qualquer tribunal existente no planeta. Considerando uma justiça perfeita, ela traria mecanismos perfeitos de recuperação de um indivíduo e, considerando a justiça Divina, não usarei o termo indivíduo, mas o termo filho.

Numa justiça perfeita, o filho teria todas as condições de recuperação para retomada do convívio junto ao Pai. Isso acontece na justiça imperfeita dos homens quando alguém é sentenciado a clausura, a trabalhos forçados ou a prestação de serviços comunitários. Na justiça dos homens, porém, por ser imperfeita, na maioria dos casos o objetivo da recuperação plena do indivíduo não é atingido, mas uma justiça perfeita deveria atingir isso plenamente em 100% dos casos.

O sistema judiciário, a meu ver, mais atrasado, é o que pratica a condenação à morte! Esta não considera recuperação em hipótese alguma do elemento, é uma declaração sumária de desamor, desapreço e desvalorização total do ser humano. Por outro lado, no planeta existem sistemas que chegam a índices notáveis de recuperação, portanto tribunais muito superiores aos que praticam a pena de morte, inclusive no próprio EUA e alguns países da Europa, modelos estes que vem sendo reproduzidos por outros países que desejam aperfeiçoar seus próprios sistemas judiciários.

Como já disse anteriormente, a justiça Divina, com certeza, por ser perfeita, traz mecanismos infinitamente superiores que o melhor sistema judiciário criado pelo homem, caso contrário, estaríamos negando enfaticamente a premissa básica da existência de um Deus perfeito.

Aqui chego ao ponto final desta linha de pensamento traçada: Seria admissível considerar um sistema judiciário, tido como perfeito, ter a pena de morte de um filho como única prática? Mesmo sendo esta prática inferior à maioria das práticas criadas por homens imperfeitos?

Seria admissível a Justiça Perfeita de Deus ter mecanismos tão inferiores aos dos próprios homens? Eu respondo sem medo de errar: É CLARO QUE NÃO! Considerar isso seria a negação do próprio Deus.

Muitas religiões condicionam a Salvação ou a “Vida Eterna” a uma atitude de aceitação do Filho de Deus (Jesus), condenando, os que não aceitarem, à morte. A Vida Eterna ao lado do Pai ou simplesmente, a morte.

A conclusão a que quero chegar é que as religiões citadas no início do texto, elevando a figura do Filho (Jesus), colocam-no acima do próprio Pai (Deus) e, pior, cometem o grave erro de rebaixar Deus abaixo dos próprios homens. Aí pergunto: A premissa de um Deus perfeito está errada? Ou o desenvolvimento da filosofia ou dos pensamentos destas religiões possui alguma falha?

Antes de fazer a pergunta "Você aceita Jesus?" eu replico com outra pergunta crucial, colocando ainda mais ênfase: "VOCÊ ACEITA DEUS?".

Asdrúbal Choupannas
Enviado por Asdrúbal Choupannas em 22/01/2009
Código do texto: T1398362
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