A LEI QUE CRISTO ABOLIU

A Lei no Velho Testamento é dividida em MORAL (os Dez Mandamentos), SAÚDE (relativa ao cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo), ORGÂNICA (lei civil organizadora ao Estado israelita) e CERIMONIAL, relativa às cerimônias religiosas.

Duas dessas são temporais, valendo para uma época e um povo, e duas são atemporais, valendo para toda a humanidade e o universo em qualquer tempo.

A LEI CERIMONIAL – Conforme Levíticos 1 a 8; 16 e 17; 21 e 23 a e Deuteronômio.

A lei CERIMONIAL existia para cumprimento das leis MORAL, de SAÚDE e ORGÂNICA. Ela é temporal, por isto Deus mandou que Moisés a escrevesse em material que se deprecia. O não cumprimento das outras leis requeria do israelita o sacrifício de um cordeiro cumprindo a lei CERIMONIAL (representando a morte do pecador) em pagamento pelo pecado cometido. Se não fosse pelos pecados humanos transgredindo a vontade de Deus, essa lei jamais teria que existir. A cerimônia de imolar um cordeiro cumprindo a lei CERIMONIAL apontava para a morte de Jesus, o Cordeiro verdadeiro (válido), que viria a morrer em substituição a morte dos pecadores. Tendo Jesus sido morto na cruz no Monte Moriá, sacrificado como CORDEIRO provido por Deus, conforme o Senhor prometera a Abraão quando o impediu de sacrificar seu filho Isaque, – sendo o sacrifício de Jesus válido perpetuamente, não carecia mais que cordeiros inocentes e irracionais morressem para cumprimento da lei CERIMONIAL, pois Jesus era essa lei, bem como o cumprimento dela. Portanto, ela foi completamente substituída na cruz por Jesus, ficando pregada com Ele lá. Por isto o véu do santuário, que separava o lugar Santo do Santíssimo, rasgou-se de alto a baixo ao espirar Jesus, abrindo acesso do pecador diretamente a Deus através do Seu Filho imolado.

A LEI MORAL – Conforme Êxodo 20; Levíticos 18 a 20 e Deuteronômio.

Quanto a Lei MORAL, porém, os Dez Mandamentos, mesmo depois de sacrificado o Cordeiro verdadeiro, ela continuaria valendo, pois essa Lei é atemporal, chamada por Deus de eterna, por isto grafada na Rocha, que é Jesus, pelo próprio dedo de Deus. Observe que no antigo ritual do Santuário a transgressão das leis, inclusive da Lei MORAL, obrigava o transgressor ao sacrifício em pagamento pelo pecado, mas o sacrifício da vez não o eximia de continuar obedecendo a Lei, sendo que teria que sacrificar novamente cada vez que a transgredisse. Da mesma forma, após o sacrifício do Cordeiro Jesus, embora que a lei CERIMONIAL não seja mais necessária, visto que Jesus é a sua execução permanente, esse sacrifício não nos exime de continuar cumprindo a Lei MORAL, pois foi pelo nosso descumprimento que Jesus teve que ser sacrificado, sendo que a Lei MORAL é o princípio da ordem universal. Foi justamente a Lei MORAL que Lúcifer usou como desculpa para encetar a rebelião no céu. Essa Lei é a base de toda organização, especialmente da organização do Universo. Cada pessoa deveria tê-la como base para sua conduta, usando-a como referência para o acerto de cada ação. Sendo assim, os Dez Mandamentos também seriam os princípios fundamentais das leis orgânicas dos países. E foram por um pouco. Todavia, Constantino revogou a santificação do Sábado em 321 D.C., e esse item da Lei MORAL é um memorial de que Deus é o Criador de todas as coisas, nosso proprietário, portanto o sábado é o selo de Deus sobre a Lei MORAL.

A LEI DE SAÚDE – Conforme Levítico 7: 22 a 26; 11 a 14; 22: 1 a 8 e Deuteronômio.

A exemplo dos Dez Mandamentos, a lei de SAÚDE também é atemporal, embora também tenha sido escrita por Moisés em material depreciável. Prova de sua validade eterna é que em qualquer tempo nosso corpo sofre com o efeito nocivo do mau uso e das impurezas às quais somos expostos, causando-nos doenças que nos debilitam física, mental e espiritualmente. Deus deixou a lei de SAÚDE como uma forma de nos dar vida, mas vida em abundância, mesmo enquanto ainda não estivéssemos no Reino do Céu, onde estaremos livres de todo impureza, até porque nossa mente e corpos não mais serão afeitos a práticas prejudiciais. Seguindo a lei de SAÚDE, não introduziríamos em nosso corpo através dos alimentos impuros elementos prejudiciais além daqueles que não podemos impedir que entrem e isso já produziria imenso resultado em nossa qualidade de vida e longevidade. Também não deturparíamos nossa mente com informações que nos conduzissem a práticas prejudiciais contra nosso corpo e vida, bem como ao pessimismo e depressão. Em vez de ficar nos curando com ações miraculosas, Deus pretendia que desenvolvêssemos hábitos saudáveis, que não resultassem em doenças, dores e dispêndios, bem como impedimento para cumprirmos as obras de nosso interesse e de interesse dEle.

A LEI ORGÂNICA - Conforme Levíticos 24: 17 a 22; 25 e Deuteronômio.

Quanto à lei ORGÂNICA, a Constituição do Estado de Israel do tempo em que foram escritos os livros da Lei, ela era temporal também, pois, como todas as leis que regem Estados civis, as quais se alteram conforme a evolução ou involução das sociedades, essa lei ORGÂNICA também deveria evoluir, seja de forma parcial ou total, conquanto que os israelitas refinassem a observância da Lei MORAL, sendo que tais aprimoramentos sempre teriam a Lei MORAL como princípio, base imutável, pois foi grafada na Rocha, que é Jesus. Sendo assim, essa lei só seria aprimorada, porém a lei ORGÂNICA original não seria eterna, senão ficaria engessada não se aprimorando conforme a melhoria da mente e conduta social do povo.

A exemplo de como deveria ter feito o antigo Israel, se o cristianismo da situação tivesse seguido o exemplo de Cristo, que, como judeu, tinha por objetivo restaurar o Judaísmo, não teria jamais abolido nem alterado itens da Lei MORAL, então todos os países cristãos ainda teriam como base de suas leis ORGÂNICAS a lei MORAL dos Dez Mandamentos e, certamente, muito desse paganismo idolátrico atual, muito desse egoísmo, dessa imoralidade, desse abuso e exploração, muito desse desamor ao próximo, ao coletivo e a natureza, muito desse desrespeito dos filhos para com os pais e dos pais para com os filhos, muito desse desrespeito para com o direito alheio, etc., não existiria. Sendo assim, pela influência de um Judaísmo “cristificado”, o que é o verdadeiro Cristianismo (o qual os judeus não aceitaram), possivelmente o paganismo e ocultismo, bem como o soberbo radicalismo islâmico, já teriam sido extintos. Então os descendentes dos antigos povos pagãos não seriam tão atrasados do ponto de vista da coerência social, a exemplo do que acontece na Índia ainda hoje, onde mulheres miseráveis e descalças ostentam jóias e tecidos caros, ou como ocorre entre os árabes, que vivem em guerras tribais desleais e matam sorrateiramente os próprios patrícios por causa de água e motivos fúteis, sem contar a carnificina que promovem nos países que eles têm por inimigos. Também não haveria a desumanidade e miséria dos países africanos, a opressão e exploração dos paises mongólicos, o desentendimento étnico-religioso dos Bálcãs, da Irlanda do Norte, etc., bem como a exploração econômica, imoralidade, corrupção e violência dos países do Sul da América. Isto tudo sem entrar em detalhes e incluir os absurdos de outros países, senão escreveríamos um dicionário enciclopédia de erros que seriam trocados por acertos no comportamento das sociedades, redundando em coesão e igualdade, melhorias profundas na qualidade e continuidade da vida da humanidade.