JESUS NÃO VAI VOLTAR!

Uma das principais doutrinas adotadas por igrejas cristãs é a volta do Messias. Embora o Antigo Testamento só fale de uma vinda do ungido, Jesus afirma voltar durante sua vida, segundo os Evangelhos. Ele dá uma série de sinais de coisas que ocorrerão quando estiver próxima sua segunda vinda. Entre eles, fala de guerras e de rumores de guerras, que se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares, que algumas pessoas se entregarão para serem atormentadas, e matar-se-ão; e serão odiadas de todas as nações por causa do Seu nome – obviamente aqui se tratam dos apóstolos, mas os crentes de todas as igrejas dizem que Jesus está falando deles aqui, que nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão, surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos e que o amor de muitos esfriará.

Notem que nada dessas coisas podem ser tratadas como sinais objetivos da vinda dele. Todas essas coisas já ocorriam nos tempos de Jesus e em tempos posteriores. Nada disso pode ser visto como sinal de coisa alguma. É como seu eu dissesse “haverá calamidades, terremotos e catástrofes naturais de todos os tipos”. Ora, isso não é profecia nem vidência. É preciso que eu diga algo que seja diferente do que ocorra no meu tempo. Os crentes objetam que no nosso tempo essas coisas ocorrem numa proporção muito maior que nos tempos de Jesus e era justamente isso que ele quis dizer. Mas tal argumento também não justifica coisa alguma. Algumas dessas coisas de fato são mais evidentes que em tempos passados, mas isso não é sinal algum do fim do mundo pois, não querendo ser pessimista, elas podem ficar ainda piores, então não é possível determinar a proporção exata em que tais coisas devessem ocorrer. Além do mais, alguns dos eventos citados estão na verdade diminuindo e não aumentando. Não houve mais uma guerra como a Segunda Guerra Mundial e é pouco provável que haja. Os direitos humanos são mais respeitados no nosso tempo que no passado. Outrora quase que todos os crimes que alguém pudesse cometer era punido com a morte. Hoje tal conduta é vista como algo abominável por grande parte da população enquanto era tratado com algo justo até o meados do século XIX. Evita-se punir alguém com pena de morte e evita-se fazer guerra. Então como dizer que as coisas estão piorando cada vez mais? Essas profecias são falhas e, mesmo que fossem verdadeira, inúteis, pois não é possível saber nada através delas.

Algo objetivo deveria ser dito, alguma coisa que não ocorria nos tempos bíblicos. Se Jesus tivesse dito, por exemplo, que no fim dos tempo a Terra aqueceria e o mar aumentaria engolindo cidades, certamente saberíamos que ele estava a falar do aquecimento global, talvez o fato mais marcante deste tempo que muitos acreditam estar próximo do fim. Se estivermos mesmo nos últimos dias, por que Jesus não disse nada que se referisse ao aquecimento global? No entanto, existem sim coisas que Jesus disse que determinava precisamente sua volta, mas por motivos óbvios, isso é sumariamente negligenciado por padres, pastores e alguns fiéis que lêem a Bíblia e se deparam com esse trecho. Em Mateus 24: 34, logo depois que Jesus fala sobre os sinais de sua segunda vinda, diz “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”. Também em Marcos 13: 30 está escrito “Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam”. O mesmo está em Lucas 21: 32. Quando Jesus dizia que o fim dos tempos estava próximo, ele quis dizer que estava próximo MESMO. Era algo para acontecer ainda naquela geração, como mostra dos textos. Uma geração tem cerca de 30 anos, ou seja, já era pra tais coisas terem acontecido. Quando perguntando quando será sua segunda volta, Jesus diz que “Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino” (Mateus 16: 28). Para quem sabe ler nas entrelinhas fica claro que a segunda volta de Jesus era algo próximo do tempo dos apóstolos, pois alguns dos que o ouviam veriam ele voltar e instituir o reino de Deus. Talvez ele estivesse falando para algum Highlander que estivesse por lá e que ainda está vagando pela Terra depois destes quase 2.000 anos da morte de Cristo só para ouvir ele dizer estas palavras e ver ele voltar no seu reino. A Igreja Católica tem uma boa resposta para essa questão: o reino do qual Jesus se refere é a Igreja Católica. E de fato, alguns dos presentes na época viram a Igreja se formar. Mas acho que os Protestantes não concordam muito com essa resposta, preferindo ficar no doloroso silêncio de sua contradição.

Outras partes da Bíblia provam que o fim dos tempos de que Jesus falava era algo iminente. Em 1 João 2: 18 lê-se: “por onde conhecemos que é já a última hora”. Obviamente uma hipérbole para enfatizar que o fim estava deveras próximo. Certamente ele não quis dizer 2.000 anos com a expressão “última hora”. Isso explica o total desapego às coisas materiais ensinado por Jesus. Ora, o fim era algo demasiadamente próximo, então não fazia sentido se preocupar com bens materiais. Estes são importantes para garantir uma boa vida e prevenir certos males, mas que sentido eles teriam se o mundo fosse acabar amanhã? Havia sentido as palavras de Jesus em Mateus 6: 25, “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir” se houvesse o perigo de uma catástrofe imediata, mas quem abandonaria seus bens e seu conforto esperando um fim que pode nem mesmo ocorrer? Não conheço nenhum pastor que siga as palavras ditas por Jesus em Mateus 6: 25. Se acreditarem mesmo que o fim está tão próximo, por que não abandonam todos os seus bens, como ordenou Jesus? Porque são garantia de uma vida maior e melhor. Se acreditassem que o fim dos tempos poderá ser amanhã, não iriam se prevenir tanto. E para que serve o dinheiro, o luxo, emprego e educação senão como formas de obter uma vida melhor e mais longa? Como prevenção? Está se prevenindo contra que, se o fim pode ser amanhã? De fato o fim não será amanhã, pois já deveria ter ocorrido na geração de Jesus e alguns dos que o ouviam veriam sua segunda vinda e seu reino de Deus na Terra.

Igor Roosevelt
Enviado por Igor Roosevelt em 29/01/2009
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