Afinal, a culpa é de quem?

Nestes últimos tempos vem ocorrendo fatos que deixa a sociedade envergonhada devido ao rumo que toma a investigação para se chegar aos verdadeiros culpados. Nestas ocasiões a polêmica gerada é tanta que se tem a impressão de que o delinqüente é inocente e o inocente é delinqüente.

Quatro ocasiões merecem ser avaliadas e mostradas para que a sociedade passe a exigir critério, seriedade e poder de decisão dos órgãos competentes para investigar, julgar e punir. Isto precisa ser resolvido para que não haja inversão de culpa.

O caso do ônibus da linha 174, a tragédia da TAM, a Operação Satiagraha e o caso Eloá são eventos típicos que mostram a vontade inequívoca da transformação dos papéis dos protagonistas. Sabe-se lá a quem interessa tal inversão e com qual finalidade. Mas a inversão de valores é inquestionável.

No Rio de Janeiro o caso da linha de ônibus 174 foi o mais gritante de todos. Um bandido seqüestrou um ônibus e no desfecho matou uma refém. Neste caso a refém era uma professora e foi esquecida. O assassino ovacionado como um verdadeiro semideus. Inclusive foi imortalizado no cinema e na televisão.

No acidente da TAM após um ano e alguns meses de investigação chegou-se a conclusão do inquérito policial. Foram apresentados os culpados. Destes, os que se pronunciaram sobre o resultado disseram-se inocentes através de seus advogados. Daqui a pouco os culpados serão os passageiros que pagaram para viajar e deixaram seus sonhos nas cinzas de Congonhas.

Na Operação Satiagraha eram investigados banqueiros (moneychangers?) envolvidos em crimes financeiros. Policiais Federais que participaram desta missão passaram de investigadores a investigados num piscar de olhos. Inclusive o delegado chefe da operação teve sua residência vasculhada.

No caso do seqüestro de Santo André onde um criminoso manteve vários reféns por cinco dias e no final assassinou uma e feriu outra, é gritante como se tentou destacar prá sociedade a ação da policia, quase que lhe auferindo a culpa pelo acontecido.

Precisa-se dar um basta a este tipo de atitude. Bandido é bandido, ladrão é ladrão e fim de papo. Todos os criminosos destas ocorrências o são de fato e de direito. Não adianta jogar a culpa em quem não a tem. A inversão de valor é crime moral, é falta de ética, enfim é uma perversidade...

José Arimatéia de Macêdo e outras mãos...

Dezembro de 2008

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