ÚLTIMA PARTE- o assalto

QUARTA VISÃO

Já era segunda-feira, cedinho, quando caminhando por uma estradinha, vi dois pneus enormes entre dois pilares de concreto ... Pensei: deve ser uma fazenda. Vou entrar para pedir ajuda. Vi um mirante com uma cruz e quando cheguei perto levei um grande susto: Era a Gruta! Passei em frente do Oratório novamente, onde tudo tinha iniciado! Aquela visão dos pneus foi uma miragem para eu entrar,porque se eu soubesse que era a Gruta, nunca entraria lá novamente! Pensava que estava muito longe dela...Assustada, pensava: se eu voltar morro de sede! Decidi continuar...

AJUDA ESPIRITUAL

Senti minhas mãos envolvidas por uma energia poderosa, que parecia me guiar para o local onde encontraria a bica de água. Decidi correr em direção às escadarias e lá em baixo, encontrei a bendita água, fresquinha, que eu tão ansiosamente desejava. Depois de saciada a sede, subi correndo novamente os degraus que davam para a estrada, na frente da Gruta.

As primeiras pessoas que eu encontrei, foram um senhor com sua esposa e filha, vindo a pé pela estradinha...Quando cheguei perto deles, já sabiam que era eu que estava desaparecida, pelo estado que me encontrava: blusa branca escrita Renascendo, toda suja, descalça, desidratada, com os braços picados de insetos e formigas.

Todo mundo está atrás de você! - informou o senhor.

Na primeira casa que eu encontrei, as pessoas já estavam sabendo do caso e me acolheram gentilmente e me ofereceram leite para eu tomar! Mas, preferi um cafezinho! Eles estavam muito admirados de eu ter saído da mata sozinha, porque até o Grupo de Operações Especiais de São Paulo tinha me procurado, mas desistiram da busca, porque na minha idade era quase impossível uma sobrevivência dentro da mata.

Eles ainda achavam que eu estava como refém dos assaltantes, ou então, sem vida, dentro de algum buraco! Pediam para a minha família me procurarem onde vissem urubus sobrevoando! Explicaram depois, que não podiam me chamar pelo nome...Tinham que manter silêncio, para me preservarem.

A supervisora deles ficou muito admirada de eles não me encontrarem.

Lembram daquele berro, dentro da mata, na primeira noite? Era do meu sobrinho.

O grupo conseguiu se salvar no sábado, porque os assaltantes estavam perto do meu refúgio, bem longe deles.

Um amigo já estava providenciando um helicóptero de Campinas para me procurar, e quase que acionaram a televisão, para conseguir maior divulgação.

Um dos meus sobrinhos oferecia dez salários para quem me encontrasse...

Fizeram corrente de orações em Itupeva, e uma senhora contou que não conseguia acender a sua vela, concluindo então que eu já estava sem vida...

Um conhecido nosso disse que tinha me visto dentro de um buraco formado pela erosão de água... Acertou!

Alguns acharam que foi um milagre!

F I M

Observações:

Meu gato não quis mais comer durante esses dias que eu sumi...

Sobre o número oito: estávamos em oito, no dia oito, com um número de placa de carro, que somando também dava oito, e peguei oito larvas... Fiquei um mês com elas, crescendo no meu corpo, para poder retirá-las depois...

(leia também, o n° 8 em minha vida)

Helenice Rodrigues
Enviado por Helenice Rodrigues em 18/02/2009
Reeditado em 25/05/2012
Código do texto: T1446717
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