O que se há de fazer?

Não sei como proceder, realmente estou confuso e um tanto perplexo. Talvez a televisão e os telejornais nos deixem assim, também, passam tanta notícia ruim, mas ainda acho bom, pois não ficamos alheios à tanta violência e maldade que anda assolando nosso país, nosso mundo, enfim.

Notícias diversas sobre assassinatos, latrocínios, abuso sexual, pedofilia, estupro, torturas.

E vamos ficando sem saber o que fazer. Ficamos entre andar armados ou não sair de casa; entre levantar o muro e instalar uma cerca elétrica ou comprar um cachorro; entre vender a casa e morar num apartamento ou condomínio fechado; entre continuar com o carro velho que toda semana apresenta um defeito inédito, mas que pelo menos não desperta a cobiça dos ladrões.

Estamos encurralados, acuados, e quando assistimos as notícias de execuções de policiais por marginais, perguntamo-nos como alguém ainda terá coragem de prestar um concurso, ganhar mal e ainda combater o crime, arriscando a vida em cada esquina, inclusive no dia de folga.

Vivemos tentando proteger nossos entes queridos, nosso patrimônio, tudo aquilo que conquistamos com nosso labor e nosso suór e ainda sim acabamos sentindo a impotência de não poder ajudar nosso vizinho, nosso irmão, nossos pais e tantas outras pessoas que sofrem neste mundo.

Acabamos sempre gritanto, exigindo pena de morte, apelando para a autodefesa. Hoje, como bem canta o Marcelo Falcão e o grupo o Rappa: "as grades dos condomínios são para trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você quem está nesta prisão...".

E apesar de ler na Bíblia e poder afirmar que desde que o mundo é mundo, existem os ímpios com suas maldades e iniquidades, não consigo me conformar com a banalização da vida humana, com homens estuprando crianças, com bandidos tirando a vida de pais de família tentando roubar uma ninharia ou sequestradores espalhando o terror entre famílias que às vezes estão custando pagar as dívidas.

As cadeias estão lotadas, a classe média já aderiu ao crime, os playboys traficam drogas pela internet e as funerárias nunca faturaram tanto.

As indústrias de bebida alcoólica deve faturar bastante; afinal, tomar uns goles pode fazer com que qualquer um esqueça que existem tantos problemas; a indústria tabagista também, afinal, a vontade de fumar aperta justamente quando passamos por um momento de apreensão, medo ou nervosismo.

Devemos confiar na justiça, claro, pois esta foi uma das maiores criações do ser humano. Mas o que fazer com os descrentes? O que fazer com os que se acham acima da lei? O que se há de fazer com os que contam em detalhes como estupraram, estrangularam, esquartejaram uma vítima que tinha como eles o direito de viver? Este direito não é reconhecido pela lei dos homens e pela lei divina? Pensemos então. Pode-se dizer que estou apenas relatando e nada mudando, mas acredito que quanto mais pessoas pensarem e cobrarem os representantes que são escolhidos através do voto, teremos mais poder exigir a aprovação de leis que realmente protejam o cidadão de bem, que pode errar como qualquer outro, mas que tem condições de discernir o certo e o errado, bem como o que que permitido ou não.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 03/03/2009
Reeditado em 04/03/2009
Código do texto: T1467304
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