APRENDER EMPREENDEDORISMO.

Quando se quer ou se precisa gerir um pequeno negócio, as carteiras escolares universitárias, pelo menos no Brasil e na média das instituições, não são o caminho mais adequado.

Vejamos o por quê.

Nossas Universidades são geridas/administradas por professores. Obrigatoriamente professores doutores - adoramos uma capitania hereditária, um cartório! -, segundo a legislação das Universidades. Começa aí a contradição. Os professores doutores que tem sua vida dirigida à capacitação e profissionalização do corpo discente não são exemplos de tal. Diletantes, professores doutores tornam-se Reitores das Universidades. Ou seja, pregam a profissionalização e comportam-se como amadores na condução das Universidades! Disse-me um professor doutor que, com a experiência obtida durante o doutorado com a administração de projetos, achava-se ele devidamente preparado para administrar o que fosse. Ora, projetos tem início, meio e fim. Com um prazo temporal limitado. Uma Universidade vai sobreviver muito além da vida de um professor. Ou de dois ou de três!

Os professores doutores formam-se no purismo da educação. Educação pela educação. Torcem o nariz quando alguém procura utilidade prática no que ensinam. "Não queremos formar alunos para o mercado" declaram. Queremos alunos que pensem por sí próprios e mudem o mercado! Típica proposta Paz na Terra: ninguém é contra mas não se consegue implantar!

As faculdades de administração são pródigas em formar alunos para serem empregados. E empregados de grande empresas. Os professores são - mesmo os docentes de Universidades públicas - empregados. Tem um patrão, distante no caso das públicas, tem horário a cumprir e recebem a contra-partida salarial. Ora, forjados no emprego, nem sabem talvez ensinar outro caminho. Ou não são paradigma digno, visto que bem empregados querem formar pessoas dispostas a correr riscos. Riscos que eles não correm. São os empreendedores com Carteira de Trabalho e Previdência Social. Ou concursados, em nome de uma relativa "segurança".

Gente, liberdade é insegurança. Toda "segurança" vem da dependência de algo ou alguém!

Mas voltemos à vaca fria. Se vc vem lendo isso é por que quer sugestões de como e onde aprender a empreender. Como já disse os bancos escolares, pródigos em formar empregados para um mundo onde o emprego se reduz, não são o caminho adequado.

Existem uma série de cursos nos chamados "Sistema S", Sebrae, Senai, Sesc e outros tantos que podem dar uma ótica empreendedora. Com gente que tem experiência na vida real. Veja isso com cuidado, a efetiva experiência dos instrutores. Não cai no conto de "consultores" com 25 ou 30 anos de idade. O que eles sabem é o que está nos livros. E os livros são escritos na realidade onde se inserem. Um brilhante administrador/gestor na Alemanha ou nos Estados Unidos não tem que enfrentar o que enfrentamos no Brasil!

As soluções não podem ser importadas, tem que ser locais.

Prepare-se agora. É onde vem a minha "pedrada", meu "sacrilégio". O que vou propor não está em nenhum livro de administração.

Procure uma Igreja Evangélica. Dessas que tem a "Corrente das Grandezas de Deus" ou coisa similar. Alí vc vai aprender um monte de coisas sobre como administrar uma pequena empresa.Você vai ter um treinamento e prática de liderança, oratória, administração de conflitos etc. Tudo de graça.Com aquele conhecimento simples, sem as frescuras dos doutores, de como as coisas realmente funcionam lá na sua vila, na sua favela, na sua comunidade. Enfim, como funciona mesmo o tal "mercado" no Brasil. Lá é que vc vai aprender, de forma simples, a regra do 1/3. Sobre o total do faturamento, um terço de custos fixos, um terço de custo de mercadorias e um terço de lucro. É o mínimo necessário para sua empresa ser viável. Bem mais fácil que fazer um "business plan", não é mesmo?

Vc, enfronhando-se com o pastor, ele vai te indicar, durante os cultos, aos demais "irmãos". E esses irmãos vão lá comprar de você. E isso está escrito já no livro de Taylor: Negócios são relacionamentos! Quanto mais relacionado vc for, mais negócios você fará. E não acredite em qualquer outra teoria. Lá vc vai aprender como - nas faculdades ensinam que vc precisa, mas não dizem como - comprar bem. Lá vc vai aprender que não adianta vc perder tempo em calcular seu "mark-up" se quem impõe o preço é o seu concorrente. E se seu preço, sua taxa de marcação ou mark-up for maior que o dele, é o preço dele, do concorrente, que vai balizar o mercado.

Mas tem uma coisa que vc vai ter que aprender sozinho. É a calcular o custo-benefício com o que vc terá que contribuir com a tal igreja e o quanto isso vai aumentar seus lucros. Se for a seu favor, vá colocando parte na sacolinha!

Os puristas vão dizer que sou maluco. Talvez seja mesmo, mas não me submeto a teorias de quem não gastou umbigo no balcão, com um cliente na frente. Não me submeto a todos os livros que qualquer doutor possa ter lido. Só uso receita de bolo para fazer bolo, não para fazer negócios.

Se qualquer grande professor/consultor/doutor disser que esse artigo é bobagem, faça-me um favor: estude a carreira desse professor/consultor/doutor e a compare com a carreira de 30 anos do Sr. Edir Macedo (leia meu outro artigo sobre ele, aqui mesmo), dono da Igreja Universal.

E, antes que me acusem de qualquer apologia de religiões, já vou avisando que sou tão ateu quanto a porta da sua loja. Não é que eu duvide, é que eu não acredito mesmo!

Feliz 2009

Feliz Brasil