...Vida...

A vida foi entregue ao homem pelas mãos de Deus, então qual é o direito que o homem tem sobre a vida?

A italiana Eluana Englaro, 38 anos, foi brutalmente assassinada, pois o que é a eutanásia? Muitos dizem ser um ato de misericórdia, liberdade. Não! Nunca aceitarei essa visão destorcida dos que são fracos demais para lutar.

Esta corajosa mulher lutou mais de dezessete anos por sua vida em um estado chamado vegetativo.

Vegetativo, que expressão cruel. Vivo há treze anos em uma cama por causa de um atropelamento que me deixou tetraplégico, dependo de todo mundo para tudo, de certa forma depender das pessoas lhe faz valorizar a vida como o bem mais precioso que existe e lhe traz grandes lições e frustrações, vivo no estado vegetativo ou quase, pois ainda mantenho uma consciência ativa, será que só por isso mereço a morte?

Após meu acidente perdi a consciência e fiquei sedado por quinze dias, me pergunto se alguém tivesse achado que eu não poderia sobreviver e simplesmente me matasse...

É triste pensar que o ser humano é tolo o suficientemente para brincar de Deus, ninguém parou para pensar o por que do coma e não quero dizer ser sobre pecados que essa moça poderia ou não ter cometido, muito menos castigo divino, falo de aprendizado, de tudo que a família dela e ela própria deveriam aprender com essa situação, mas, pela falta de fé e de coragem simplesmente desistiram, simplesmente a mataram.

Sei que é difícil e extremamente doloroso, tanto para a pessoa quanto para os familiares, mas, quando desistir virou a solução?

E para quem tentar se justificar dizendo que uma pessoa em coma não sente nada, saiba que nos quinze dias que fiquei em coma induzido por medicamentos, eu podia ver e ouvir tudo o que se passava, mas de uma maneira completamente diferente.

Se posso viajar por todo universo tanto ao meu redor quanto dentro de mim mesmo, por que, preciso do meu corpo, agora sei que sempre precisarei da minha vida, mesmo após a minha morte.

Acho que esse é o sentimento.

Thico
Enviado por Thico em 19/03/2009
Código do texto: T1494387
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