Fênix e Samsara: a existência cíclica

Há o ciclo da água e a mudança das estações. Plantas germinam, florescem e morrem. O fruto contém a semente que voltará a ser fruto. Dormimos e acordamos. Há o ciclo menstrual, as fases lunares, o sistema respiratório e os movimentos de rotação e translação da Terra: ritmos, fluxos.

Elementos químicos, físicos e históricos passam por transformações. Vários processos de mudança acontecem o tempo todo na natureza e no ser humano. As renovações e transformações representam os ciclos pelos quais tudo o que é vivo passa.

De acordo com algumas religiões, o ser humano passa diversas vezes pelo ciclo de nascimento e morte, como se estivesse preso a uma roda em movimento, que faz com que a existência se repita tantas vezes quantas forem necessárias.

No decorrer de sua história, querendo dar sentido aos elementos desconhecidos da realidade, o homem produziu variados símbolos. O símbolo traz em si o significado daquilo que representa. Assim, dois símbolos importantes representam a morte e o renascimento na natureza: a ave Fênix e a roda do Samsara.

A mitológica ave Fênix era símbolo da alma entre gregos, chineses e egípcios. Segundo vários mitos, quando acabava seu tempo de vida, ela fazia um ninho com ervas e incensos e expunha-se aos raios de sol, sendo consumida pelas chamas. Das cinzas, renascia uma nova Fênix. Quando uma chama se apaga, outra se acende. Quando uma alma deixa um corpo, passa a habitar outro corpo. Esse é o princípio da reencarnação, presente em muitas religiões.

Desde os tempos antigos, o fogo é adorado por muitos povos, como símbolo da energia que anima a vida, seja na forma de fogo ou como o próprio Sol. O Sol está presente nas cores vermelhas e douradas com as quais a ave Fênix era representada. E essa ave passou também a ser um símbolo do Sol, que morre todo dia no horizonte e volta a nascer no dia seguinte.

Durante alguns períodos da arte Cristã, a Fênix, como símbolo de ressurreição e renascimento, foi popularmente associada a Jesus Cristo, que morreu e ressurgiu na Páscoa. É como se Ele, depois de dar a vida em sacrifício pela humanidade, recebesse uma vida nova, como a Fênix.

Atualmente, o cristianismo não aceita a idéia da reencarnação, apenas a da ressurreição. E não há karma, pois a pessoa vive uma nova vida na “eternidade”, a vida eterna e imortal.

(continua)

Esse texto foi para a estréia da coluna "Mito em Contexto" no portal Blocos online.

Leiam o texto integral com fotos no link abaixo:

http://solfirmino.blogspot.com/2006/05/fnix-e-samsara-existncia-cclica.html

Solange Firmino
Enviado por Solange Firmino em 05/05/2006
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