TRADUZINDO...

Tenho escrito sempre que posso, sobre o real significado da formação dos casais.

A falha na interpretação das falas, dos gestos e das percepções é algo desastroso, pelo qual pode-se pagar um alto preço e facilitar para que estes problemas se perpetuem na descendência.

Vamos direto a exemplos: um indivíduo criado de maneira rígida, sem diálogo, com imposições de comportamentos arranja uma namorada; sua análise pode ser “Boa menina, não muito linda, mas prestativa, socorre aos pais e parentes, trabalhadeira, não exibida, acostumada com uma vida razoável, sem muito luxo, demonstrando apreço pelos meus. Acho que iremos formar um bom par para termos uma família”.

Percebido pelo seu inconsciente: “Não é o que eu sonhava, vive deixando-se de lado para mostrar que é boa filha e amiga, acostumada com o que der e vier e vai saber suportar e apoiar um xarope como eu”.

Outro: “Que moço carinhoso, só falta me carregar no colo, compra-me mil presentes, faz curso universitário, deverá ser bem sucedido e me dará uma vida melhor que a que tenho, com pais pobres, irmãos subempregados, casa simples, vida rotineira...” Ele é inseguro, precisa de uma bobinha que suporte a vida medíocre que talvez leve, pois não gosto de estudar e só fui para a faculdade porque meus pais semialfabetizados, mas com uma vida financeira estável, precisavam se afirmar, criando um filho que desviasse a atenção da burrice deles” .

Lógico compreende-se que estes pensamentos nem sempre são inconscientes, ou tão escondidos que uma análise simples “do que sucede”, pode trazer a compreensão, que nem sempre motiva uma mudança.

Como diziam os mais velhos: “Cada balaio busca sua tampa”, ou “cada balaio tem a tampa que merece”.

A preparação para a vida impõe uma freqüência escolar, além dos ensinamentos familiares e religiosos, certo? Pergunto: “Que ensinamentos familiares?” Os globais, ou os ‘gimenais’? Ou talvez uma passagem pela cultura por semana, para fingir que entendeu a vida dos bodes?

A escola basta um currículo cabraliano ou colombiano, com um estudo perturbador sobre o desmatamento e a chuva ácida, ensinando as vogais acrescidas de consoantes dissonantes, que dois e dois são quatro, ao invés de vinte e dois? Ensinar como deve ser uma dieta equilibrada para chegar em casa e ao contrário de perturbar a família perturbada, calar sua boca com um chocolatinho ou um ‘prosdentis’?

Como deveria ser então? Será que não daria bom resultado se ensinássemos aos ensinadores que dirigir seguindo um currículo pobre, pode levar a fazer a curva errada e dar uma batida?

Seria mais lógico ensinar a pensar, a não fingir nada, procurar a razão das coisas, da vida, sem dízimos, sem religadores, mostrando que o verdadeiro e único Deus nos presenteou com uma vida bela, cheia de descobertas, de tentativas para o acerto, o crescimento, a felicidade?

Será que se esta fosse a objetividade do ensino, não diminuiria a quantidade de ‘pangués’, de safados paulinhos da política, de prestigitadores da verdade, de ricos que não têm capacidade para escolher suas aplicações e que levam calotes, pois não sabem outros caminhos?

Que ninguém tente me dizer que foi enganado na busca de sua ‘tampa’, pois ainda que tenha tido um namoro cego, cegou-se porque quis. O balaio poderia ser trançado como quiseram, a obrigação da tampa era ver se a malha era a mesma.

Muito complicado? Então pare de crer que é normal, que sabe todas as respostas, busque votar em pessoas confiáveis, honestas, que abjetem ser corrompidas, que tenham um bom trabalho bem remunerado, para lutarem pela vida correta de seus eleitores.

Mundo de faz de conta? Prefere-se deixar correr, cometer algumas fralcatuas despistadas, fingindo ser, procurando apontar para os outros, do que pesquisar-se, enxergando que nada somos, podemos viver com alegria e dignidade e buscando perceber onde entra a metalinguagem dos argumentos de embuste.

“Sua alma, sua palma!’, diziam os antigos.

Não quero ser pastor, político de carreira nem terrorista social. O que estou vendo é a água ameaçando os fundilhos e a população fugindo do seu ‘antevero’.

“Túnel? Só conheço o da má lufada de vento, nem quero perceber se me envolvo num!”

‘Vá in via’, mas cave sua caverna logo, pois tem urso rondando!

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