Votar para quê?

Depois algumas pessoas me criticam por não votar...Mas votar em quem? Saem políticos, entram políticos e nada muda.

A cada dia novos escândalos surgem na mídia: é escândalo dos apartamentos funcionais ocupados por parentes de funcionários da Câmara; uso de telefones pela família, amigos; dezenas de parentes empregados no Congresso ou empresas terceirizadas que prestam serviço no Congresso. Agora a farra das passagens aéreas.

Que vergonha é ter um Congresso, que quase 30 anos após a redemocratização, é sinônimo de piada, de roubalheira, de escândalos.

Para nossos senadores e deputados, usar o dinheiro público como bem lhe convém é normal.

Afinal, eles foram eleitos pelo povo e o dinheiro do povo pertence a eles.

E não adianta se é político novo ou velho, parece que ao ser eleito, a sina para se aproveitar do dinheiro publico aumenta.

Afinal, a maioria dos “jovens” políticos são filhos, netos de velhas raposas, de pessoas que fizeram dinheiro com a política e se em casa viam seus pais, avós, tios, enriquecendo, usufruindo o bem publico, para eles isso se tornou normal, rotineiro. Vejam o caso do deputado Fábio Farias do Rio Grande do Norte, que pagou passagens para a sua pobre namorada, Adriane Galisteu e outros artistas para assistirem o Carnatal em seu camarote.

Para quem não sabe Fábio Faria é filho da Governadora do Rio Grande do Norte Wilma de Faria.

Percebe-se, então, que a “nova” geração de político não se difere em nada dos seus antecessores.

Infelizmente, estamos no Brasil, o país das “bolsas”. Então, sem dúvida nenhuma, daqui a 30 anos, os filhos de Fábio de Faria, ACM Neto e outros serão os deputados dos nossos filhos e netos e o nosso Congresso, ainda será o congresso da corrupção, da roubalheira, das farras das passagens aéreas, entre outras, de deputados irônicos, que dizem que se não pagar passagem aérea para a esposa, ela pedirá divórcio. Que casamento sólido, que não resiste aos dois dias e meio que ele deve passar em Brasília por semana?

Daqui a 30 anos, ainda teremos deputados reivindicando aumento dos seus salários de R$ 16 mil para R$ 24 mil.

Os coitados precisam, afinal as passagens aéreas, as contas telefônicas, a gasolina, os assessores, os gastos com correio, o auxílio-moradia, o auxílio-paletó que pagamos para eles, é muito pouco para eles sobreviverem em um país que o salário-mínimo não chega a R$ 500,00.

Se o Romário, em sua sabedoria, dizia: treinar para quê? Eu como cidadão que vivo somente do meu salário, que tenho que pagar além dos impostos, minhas passagens para viajar, minha conta telefônica, minha gasolina, minhas cartas, meu plano se saúde, pergunto: Votar para quê?