PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

Preconceito é a idéia.

Discriminação é a idéia colocada em "prática".

Um exemplo: em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um preconceito.

A partir do momento que você passa a insultá-los ou qualquer outro tipo de atitude pejorativa, é a discriminação.

Aprendemos que o preconceito leva à discriminação, quando deficientes da mente, como os autistas, são considerados inferiores e excluídos por aqueles que se consideram “melhores” como acontece em divulgações por jornalistas, principalmente por autoridades e políticos midiáticos.

O preconceito e a discriminação variam pela maneira de cada cronista, colunista, apresentador de rádio ou televisão se expressar e, principalmente quando exterioriza o desprezo por determinados grupos portadores de alguma deficiência da mente ou não, que se encontra em determinada situação.

Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito.

A discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições, e o preconceito, só pelo indivíduo.

A imprensa, principalmente a televisão que precisa manter a coerência comercial mascarada de imparcialidade, não se preocupa com o conhecimento da causa que leva a reportar.

Um jornalista, em nome da ética profissional, embora bem intencionado, acaba cometendo equívocos lamentáveis por ignorância, partindo do princípio de que a sua missão de bem informar, sem generalizar, é claro, o impede pelo menos de saber o significado do que está falando.

O mundo inteiro está fala da Suzan Boyle, a solteirona escocesa de 47 anos, desempregada, desleixada e desmazelada que morava sozinha com seu gato e mais, que nunca teria sido beijada.

Como assisti ao vídeo várias vezes, observei que ela ao responder sobre sua idade, disse também que tinha alguma coisa a mais naquele corpo, e balançou, pois não chegou a rebolar provocativamente, provocando o espanto inicial aos seus julgadores provocando o início da avassaladora onda de repercussão mundial.

O exercício de pensamento que fiz a respeito sobre o que ela tinha a mais no corpo importa a mim, mas questiono o modo como o mundo que leio e vejo revelou e continua debatendo até se esgotarem os índices de audiência, seu pensamento a respeito do seu biótipo e perfil, julgando aparências.

As discussões de todos os tipos, que até onde acompanhei, a principal concentração dos comentários sobre a caloura escocesa, a meu ver já como vitima de preconceito, idade e aparência, foram julgadas por seus estereótipos, até com carimbo de alguns jornalistas e comentaristas bem intencionados exemplificando que nunca devemos julgar um livro pela capa. Bonito isso?

Julgamentos rápidos são muito perigosos. Suzan diz que “não há nada que se possa fazer a respeito, é o modo como as pessoas são e como pensam”.

A Psicologia diz que os “estereótipos são vistos como “um mecanismo necessário para entendimento da informação".

Por uma inexplicável falta de conhecimento, como é o que acontece especificamente com o “autista”, que em nome da cultura do “achismo” algumas pessoas públicas da imprensa e principalmente no meio político, por achar a palavra incomum, sem ao menos buscar o que é, falam, rotulam e citam provocando ferimentos difíceis de cicatrizar em quem nada tem com a sua desinformação.

Rotular qualquer pessoa, não importa quem, representa ignorância, é um caso de covardia e crueldade.

Devemos aprender levar espiritualidade para nossa vida, antes que modismos descartáveis eliminem até os conceitos de família.

Barack Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos negros, mas algumas pessoas contrarias a qualquer tipo de inclusão social, já estão criando um subtipo de negros - profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo geral, neutralizando noções preconcebidas como fizeram com caloura Suzan Boyle.

“A deficiência, não, faz parte da pessoa” porque "se uma pessoa é bonita ou simpática, as outras riem das piadas dela, e interagem com ela, de uma forma que facilita a interação social". "Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a procuram".

O sucesso da caloura está começando. De outros discriminados por situações parecidas já passou.

Agora as preocupações do mundo estão voltadas para influenza H1N1, mais conhecida como "gripe suína".

O culpado que nada tem a ver com resfriado ou gripe já foi escolhido.

Advinhem qual a condenação do porco?

Nilton Salvador
Enviado por Nilton Salvador em 01/05/2009
Reeditado em 14/07/2009
Código do texto: T1570597