As farsas da educação

Foi publicada na revista VEJA de 20 de agosto de 2008, artigo sobre as prioridades educacionais dos professores, assinado por Monica Weinberg e Camila Pereira. O tema do artigo foi a pesquisa realizada pelo Inep/MEC e OCDE com professores, pais e alunos da rede pública e privada de ensino a respeito do grau de satisfação com a educação brasileira. Entre os 57 países que participaram da pesquisa, o Brasil aparece em qüinquagésimo terceiro lugar, o que contraria a avaliação brasileira, que considera o ensino satisfatório nas escolas de nosso país.

Com a destruição de nosso planeta, o consumo precoce de drogas, alto índice de violência, 92% dos professores entrevistados abandonam o objetivo fundamental de suas aulas para trabalhar com seus alunos noções direitos do trabalhador, cidadania e ética. Num país aonde os alunos chegam à quarta série sem saber as operações básicas, leitura e interpretação de textos, a obrigação de formar cidadãos conscientes é dos pais .

Em pleno século XXI a realidade do Brasil é dura, escolas empregam 22% de professores sem nível superior, despreparados, que levam ao aluno a um pensamento arcaico, já que esses educadores não tiveram uma boa formação.

Alunos que não têm o hábito da leitura, não conseguem verbalizar seus pensamentos, que sequer sabem interpretar um texto, também não estão preparados para entender seus direitos e lutar por eles. E o dever dos pais, onde está? O Brasil tem que ensinar nossas crianças e jovens a pensar, a saber o básico para que eles tenham consciência de seus direitos.

Alguns pais não se fazem presentes na vida escolar de seus filhos, e consideram mais cômodo escolher a escola pela merenda, uniformes, área de lazer, deixando de lado o ensino propriamente dito. Deixam o filho na escola e, para não se aborrecerem ou não ter trabalho, ficam sem saber das atividades propostas na escola, do ponto de vista empregado pelo professor, fazendo com que seus filhos não sejam formadores de opinião e sim bonecos manipulados, acreditando que a causa do desemprego são as máquinas e não a desqualificação de mão de obra, de funcionários auto-suficientes.

Foi implantada uma lei exigindo que professores de ensino básico tenham o diploma do curso de licenciatura em Normal Superior, mas nada de concreto foi decidido. E continuamos com 22% de professores despreparados em sala de aula, sem o domínio da matéria, perdidos no desenvolvimento de conteúdo, achando mais viável repetir expressões arcaicas do que ensinar de verdade, mostrar a realidade que aguarda o jovem no mundo.

Diego Lucas
Enviado por Diego Lucas em 07/05/2009
Código do texto: T1580113
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.