ENTENDA A MEXIDA DA POUPANÇA!

Nota do Autor: Embora o texto pareça apenas ideias esparsas ao léu, você, certamente, já viu todas as cenas deste trailer econômico.
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Podem acreditar que o cara disse na reunião:
Olhem aqui, companheiros!
Estamos entre o pus e a feridinha. Poupança por poupança melhor mexer na deles.
Não temos opção (eles adoravam oPTar)!
Temos que atender aos banqueiros e incorporadoras da construção civil.
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Certíssimo, grão-mestre!
Ambos merecem os préstimos e cobram favores.
Cada qual dá sua cota de participação para sustentar o poder acomodado no Planalto Central.
O fim da CPMF, nem tanto, e a marolinha afetaram o poder de gasto do dinheiro público.
A perfumaria da queda do IPI não segura a barra muito tempo.
O que tinha que gasto por conta disso e dos financiamentos já foi.
Agora é hora do calote.
Em Abril já houve considerável aumento dos cheques sem fundo e inadimplência de carnês.
A produção exige juros menores.
Juros menores significam menos gente emprestando dinheiro ao governo através da compra de títulos públicos, que tem a intermediação dos bancos, pois poucos poupadores aplicam no tesouro direto.
De uma forma ou outra é menos dinheiro para o governo gastar.
Especialmente este desgoverno não consegue economizar. Acostumaram-se a lambuzarem-se com o mel do condenável neoliberalismo e parentes e partidos da base incomodam pedindo cargos.
Com menos dinheiro aplicado, os bancos ganham menos e se tem uma coisa que banqueiro adora é dinheiro.
Logo depois vêm as obras de arte, as fundações, etc..
O que o poupador tem a ver com isso?
Exclua-se uma parte da população ainda viva que como minha mãe foi vitima de um ministro que quase deu fim na poupança dela ao prefixar os juros da poupança em 60% para uma inflação de 120%.
Se já não acreditava em governo algum, aprendi a nunca colocar dinheiro na poupança!
Por isso, escapei dos golpes do Cruzado, Bresser e Collor.
Poucos entendiam meu riso ao sair o plano, enquanto os jornalistas e economistas se descabelavam na TV.
Não tinha um centavo em banco.
Collor deve ser o ídolo do metalúrgico.
No golpe do Collor também eram 50 mil. Cruzeiros, mas 50 mil.
Os descamisados não seriam prejudicados, como os embolsados também não serão.
Quase tudo igual.
O importante é enganar e dividir opinião.
Os ricos é que perderão!
Pobre acredita em cada coisa!
Na verdade quem perderá serão os menos pobres, mas igualmente tolos que deixam seu dinheiro na sempre perdedora poupança.
Aplicar em poupança é igual ser sparring de lutador de box.
Sempre perde.
Usando somente as informações do governo e lógica.
Há noventa milhões de contas de poupança no braziu.
Metade da população?
Muito mais se considerarmos que muitas pessoas estão abaixo da linha de pobreza e não têm acesso a banco.
Já para a casa lotérica!
Pague sua conta lá e aproveite para ser tapeado na Mega Sena, com seus 47% de impostos.
Noventa e nove por cento da população tem menos de 50 mil na poupança.
Bando de pobres!
Não?
Desculpem-me!
Quis dizer como se ganha mal neste país! Noventa e nove por cento da população não conseguem juntar cinqüenta mil reais.
O que o governo não diz é que esse um por cento dos poupadores detêm cerca de quarenta por cento do montante de dinheiro.
O governo vai atingir quarenta por cento da poupança nacional.
Não pensem que são ricos, não!
Neste grupo estão as velhinhas de Taubaté, o pessoal que acredita que a BANCOOP vai entregar os imóveis, os admiradores do Saci Pererê...
Enfim, os crédulos de todas as espécies.
Um pessoal que acreditou que de grão em grão podiam encher o papo.
Vão encher o papo do governo.
A outra parte da população o governo está dizendo:
Gastem! Não economizem! Inflacionem novamente que poderemos subir os juros e sustentar os bancos.
Felizmente há uma pequena parcela de brazilian people que raciocina.
Você, por exemplo... Uma pessoa racional e ponderada.
Todo mês guardou cinco por cento de seu salário para uma emergência.
Seus caraminguás não eram bem vindos nos fundo de investimentos sendo altamente dilapidados pela tal de taxa de administração.
Era empurrado para a poupança.
Lá é lugar de pobre.
Teimoso, juntava mais um pouco e era aceito como cliente.
Ganhava até cartão de crédito, desde que pagasse as anuidades.
Sabiamente previu que sua aposentadoria seria uma miséria e fugiu dos Fundos de Pensão e Montepios que quebram e fez sua carteirinha financeira com pequenas aplicações diversificadas.
Você virou o vilão!
Poupança para você, não!
Você não pode ganhar!
Tem que ir para a fila do SUS... Nada de UTI no Einstein...
Precisamos de seu dinheiro para uns amigos, está bem assim?
Se você ficar muito pobre de novo?
Vai ser ajudante geral na construção civil que a gente não mexe na sua poupança.
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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 15/05/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1596173
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