MORAL, TRATO SOCIAL E JORNALISMO

(Síntese do ítem 5 do texto "A Moral e Outras formas de Comportamento Humano", de Adolfo Sánchez Vásquez.)

Sabe-se que moral é algo interiormente presente no indivíduo, e que quando este pratica um ato moralmente correto para sí, está agindo com sinceridade e resignação. a moral faz parte do caráter, e (por que não?) talvez até do inconsciente das pessoas.

Existem comportamentos normativos nem sempre ligados à moral. Chamam-se normativos todo e qualquer tipo de comportamento ligado a atos aceitos por um grupo de convivência. É aí que chegamos ao que se conhece por "trato social, ou "convencionalismo social". Geralmente, quem determina o comportamento normativo é a clase social dominante.

As regras geralmente aceitas costumam ser, no trato sociel, as da classe ou do grupo social dominante. Por esta razão, quando novas forças sociais impugnam o domínio das classes sociais já caducas ou buscam expressar seu não conformismo com a velha sociedade, recorrem também a uma deliberada violação das regras aceitas do trato social para evidenciar assim o seu protesto ou descontentamento. (VÁSQUEZ, 1998)

Estas manifestações de descontentamento estiveram presentes em nossa sociedade através dos tempos. Identificamos como atos de trato social manifestações para garantir a convivência social no quadro de uma ordem social determinada.¹

Assim como uma regra de trato social é obrigatória e seu cumprimento é influenciado pela opinião dos demais, além de ser reconhecida e cumprida com sinceridade pelo sujeito, ela também pode ser hipócrita.

Para que um jornalista venha a se colocar a frente de um determinado veículo, existem uma infinidade de regaras de trato social, Listas de palavras que não se pode utilizar por serem consideradas impróprias, e dependendo do caso, vexatórias; descrições de imagens que não se podem publicar, e outras questões que a ética não permite expôr. O problema do trato social para a imprensa vai além de regulamentar formal e exteriormente a convivência dos indivíduos na sociedade.² Muitas vezes, trás a tona conflitos pessoais, como ter certeza de que como ser humano o jornalista nem sempre falaria o que é obrigado a afirmar, por ser informação de uma fonte.

A imprensa, muitas vezes, por uma questão de norma social, obriga o jornalista a mentir quando na verdade há conhecimento pessoal de um fato contrário; a arriscar a vida por uma informação, e muitas vezes, deixar o que se acredita para trás por uma aparente imparcialidade.

Caroline Garcia Cruz, Centro Universitário Metodista do Sul IPA, Porto Alegre, 2009.

1- VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética, Rio, 1998, Civilização Brasileira, pg.68-86.

2- Idem.

Caroline Garcia Cruz
Enviado por Caroline Garcia Cruz em 08/06/2009
Reeditado em 08/06/2009
Código do texto: T1638247
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