Política como burrice

Não sou cientista político, tampouco quero analisar a fundo, nesse texto, as correntes sociológicas, filosóficas, históricas, que seja, que utilizam a política como objeto de estudo. Todas as reflexões aqui apresentadas são minha opinião e não possuem conteúdo acadêmico, mas mesmo assim não pude internar isso dentro de mim.

Penso a política e o Estado como o maior símbolo da burrice e irracionalidade humana. Não só porque há corrupção e imoralidade, como a mídia nos bombardeia todos os dias. Mas sim porque os Homens não conseguem viver em sociedade sem uma autoridade para reprimí-lo. Não conseguem viver. Sem leis e opressão, vive como animal que é: não vê os próprios limites, não respeita a liberdade do outro, confunde liberdade com libertinagem, faz o que der na telha e os outros que se danem. De fato, Thomas Hobbes tinha razão: "o homem é o lobo do homem". E os anarquistas, ao formularem uma teoria perfeita na abstração, não levaram em onta o instinto perverso que o ser humano possui. Age irracionalmente, como um animal qualquer. Pior que um animal, pois um animal selvagem possui, por instinto, uma espécie de código de moral e ética, necessários à manutenção da espécie. O Homem não. O instinto dele é a autodestruição. Mesmo com leis, valores, Estado, isso já acontece...

Mas que motivos levam a humanidade a agir sem nenhuma humanidade? Sinceramente, não sei. Instinto, talvez. Instinto assassino - que criatura mais irracional! Sim, pois a racionalidade, no meu entender, implica a superação dos instintos e a construção de um código de valores e moral artificial, visando à superação da condição natural. Se o Homem conseguiu fabricar um código que não superou essa condição natural, mas que a legitima, então não superamos a irracionalidade. Continuamos a agir conforme o nosso instinto, que impede nossa vida em sociedade.

"O Homem é um ser social". O Homem racional, sim. O Homem natural, isto é, guiado pela condição natural, não.

Ainda podemos pensar de uma outra forma. Por que precisamos de prisão? De tortura? De pena de morte? De polícia? De Justiça (ou Injustiça, se preferir)? E mesmo assim, por que o Homem continua irracional? Porque o instinto é mais forte. "Violência gera violência". Aliás, não vejo racionalidade nenhuma no Estado e nas Instituições. Se eles promovem a violência da mesma forma, para, supostamente, combater a violência, então não saímos da condição natural, de "ou mata ou morre", "matar para viver". É a violência justa, como se justiça fosse simplesmente "olho por olho, dente por dente". Em alguns casos ela é necessária, mas só é porque continuamos irracionais.

E a irracionalidade é a nossa sina. Mesmo com os avanços tecnológicos, com a História para nos mostrar os erros do passado, continuamos tão naturais quanto os homens da caverna. Continuamos matando, produzindo e reproduzindo violência, mesmo quando ela é, ideologicamente, correta. A violência vem de todos os lados. O Homem, por não conseguir viver em sociedade, criou um aparelho burro chamado Estado, que por sua vez reproduz a irracionalidade humana. Hoje a maioria das pessoas consegue viver em sociedade, mas obrigadas, não por livre e espontânea vontade, firmada em acordo comum, pela racionalidade, mas pela violência, pelo temor, pela irracionalidade. A humanidade precisou doar os seus direitos para uma entidade superior, o Estado, para conseguirem ser seres sociais. Mesmo assim, alguns não se adequam. E são punidos, legalmente, pelas prisões, ou não, pela discriminação social.

Finalmente, a conclusão em que chego é a seguinte: antes, éramos primatas de cacetete na mão. Hoje, somos primatas de celulares na mão. A essência continua a mesma.

Felmaqui
Enviado por Felmaqui em 12/06/2009
Código do texto: T1646059
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