RESPEITO ÀS RELIGIÕES: UMA QUESTÃO DE AMOR AO PRÓXIMO.

Diante do aumento dos índices de agressão aos praticantes das religiões afro-brasileiras, da falta de respeito ante aos seus dogmas e ritualísticas, não consigo conter minha revolta e insatisfação. Não só como uma espiritualista e Cristã, mas como uma cidadã, como outra qualquer, que paga seus impostos e tem seus direitos assegurados constitucionalmente de liberdade de expressão:

"Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão." (Declaração universal do Direito do Homem, 1948, Art. XIX)

"Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; " (Constituição Federal do Brasil - Artigo 5º)

Independente de lei, agora entro no mérito religioso. O que mais me intriga é que em pleno Século XXI, com tanto esclarecimento filosófico/intelectual, crescem o número de novas denominações protestantes que fomentam essa necessidade de "NOVAS OVELHAS PARA O REBANHO DO SENHOR". Movidos a isso, seus praticantes, normalmente com um passado nas religiões afro, procuram falhas para agredirem, para exporem as ritualísticas afro que são segredos dos iniciados, para destruirem tudo que vem do "encosto" como eles mesmo intitulam os espíritos trabalhadores na seara afro. Existem espíritos enganadores no meio? Existem sim. Eles não estão nem um pouco preocupados com a veracidade de suas comunicações, mas também, nas igrejas existem os espíritos que fomentam discórdia e todo tipo de exagero religioso. Afinal, Pastores fanáticos também desencarnam, oras. E também viram obsessores.

Estamos mergulhados em um plano que estaremos sempre sendo influenciados por espíritos, seja na igreja, seja no barracão. Cabe a nós não estarmos tão abertos, com nosso pensamento e moral elevados para não sermos joguetes desses pseudo-sábios.

Mas o que quero levar a reflexão é que temos livre arbítrio para não nos influenciarmos nem materialmente quiçá espiritualmente se não quisermos. E pergunto pelo crivo da razão, Aonde vamos chegar, meus amigos? Numa futura guerra santa no Brasil??? Onde somos OBRIGADOS, como no passado longíquo, a seguir a filosofia de um grupo?

Será que isso é o pilar da doutrina que o Cristo pregou de AMOR AO PRÓXIMO?????

"AMAI AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO"

Como eu amo outrém, se quero agredí-lo??? Será que gosto de ser agredido?????

Acredito que NADA, mas absolutamente NADA nessa vida se consegue com confrontos, com guerras... Jesus pregou pelo seu exemplo. Por sua moral. Não deixando nada documetado e muito menos, OBRIGANDO alguém a seguí-lo.

Para ilustrar esses exemplos, retiro fragmentos da Bíblia, Evangelho de São Mateus:

Não julgueis, e não sereis julgados. (Cap VII, V. 1)

Será que para julgarmos nosso irmão de outra religião, nós REALMENTE TEMOS MORAL PARA ISSO? Será que queremos ser julgados da mesma forma que julgamos e criticamos????

E além disso, para os fanáticos, esse versículo é perfeito: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus."(Cap VII, V. 21)

Será que com tanto SENHOR! SENHOR! SOMOS REALMENTE DIGNOS DE ENTRAR NO REINO DOS CÉUS (DA PAZ DA NOSSA CONSCIÊNCIA)??? Será que nossos exageros não são frutos de hipocrisia???

Será que Jesus desejava isso mesmo de nós?? Guerras em Seu nome? Óbvio que não.

Enfim, sejamos como o Mestre: Respeitemos que cada um tem a liberdade de escolha, Toleremos quando a sua escolha não é a que nós desejamos e Amemos ao nosso próximo como a nós mesmos.

Ser Umbandista, Ser Espiritualista, é também ser Cristão. Pensem Nisso.

** O artigo relata apenas minhas opiniões individuais como espiritualista sem quaisquer vínculos a religião a, b ou c.

Michelle Nery
Enviado por Michelle Nery em 03/07/2009
Reeditado em 03/07/2009
Código do texto: T1680746
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