Bullying - ação e reação

O termo Bullying é de origem inglesa e serve para identificar atos de violência física e psicológica geralmente praticados por vários metidos a valentões contra alguns alunos mais tímidos das escolas.

O que os imbecis que praticam esse tipo de agressão não entendem, é que com isso eles acabam procurando com as próprias ações e palavras o caminho para a própria destruição.

Na minha época de estudante, também sofri na mão dos valentões. Eu era muito tímido, gordinho e geralmente andava sozinho; e às vezes até as garotas queriam tirar um sarrinho com a minha cara. Noutras, uns carinhas metidos a valentões se juntavam e me davam uns empurrões, uns tapas e tal.

Para mim foi bom, entrei no Judô, aprendi a manusear o nunchako, o porrete, o canivete butterfly, o facão, mas só que quando eu ia para o rancho com meu pai, gastava duas caixas de cartucho calibre 36, treinando a pontaria em pombos, inhambús, cotias, teiús e qualquer ser vivo que via pela frente, imaginando cada um daqueles idiotas que só faziam me aborrecer e humilhar.

Mas um bom conselho de um pai resolve tudo e coloca as coisas no lugar, ensinando que andar armado não presta e que a melhor maneira de evitar as confusões é pelo diálogo.

Graças a Deus, nunca precisei de utilizar uma arma para defender minha integridade física ou psicológica, mas foi por pouco e graças à intervenção de meus pais na hora certa e de amigos que até então não sabia que eu tinha.

Um dia, um tal de "Pernambuco" que andava sempre com sua turminha resolveu me enfrentar sozinho e para me provocar, acabou dando um soco na cara de meu irmão mais novo, bem na minha frente.

Foi o bastante. Desci da bicicleta e com uma rapidez que não sabia que tinha dei quatro socos em seu estômago e ele caiu no chão chorando e não conseguia se levantar. Peguei meu irmão, montamos nas bicicletas e fomos embora.

No outro dia, ao chegar na escola, vi a turma dele todinha me esperando. Esperei o sinal bater e entrei atrasado, para não cruzar com a turma. No intervalo, me mandaram um recado: você vai apanhar na saída.

Eu suava frio, minha barriga doía, e os caras ficavam me olhando e apontando o dedo. Só que eu tinha guardado meu facão mateiro dentro da mochila, afiado como uma navalha e decidi que poderia apanhar, mas que provocaria alguns cortes nos covardes.

Ao sair, abri a mochila e fui andando com o facão na mão, sem dizer uma palavra, apenas seguindo o meu caminho. Os caras me olhavam, alguns gritavam que eu não teria coragem de usá-lo, outros preferiram ir embora e resumindo, não tiveram coragem de enfrentar alguém com um facão na mão (e eu também não sei se teria coragem de ferir alguém).

Esses idiotas, agressores, covardes, que ficam humilhando os mais fracos e tímidos nas escolas, com certeza não se lembram do exemplo americano, do Colégio Columbine, e de outras cenas em que garotos que eram humilhados e maltratados nas escolas invadiram classes e de posse de armas automáticas fuzilaram um monte de alunos, lembrando que a maioria dos atingidos eram os jogadores de futebol americano e patricinhas desmioladas que viviam agredindo fisica e psicilogicamente os autores do atentado.

Você que é humilhado na sua escola, que sofre agressões por causa de sua cor, sua compleição física, seu comportamento tímido, não precisa ficar aguentando mais provocações, já que devemos nos espelhar no Rei dos reis, mas não precisamos dar a outra face à palma.

Passe a praticar Capoeira, já que ela ensina que a surpresa é a melhor aliada em uma luta, e você aprenderá a usar várias partes de seu corpo como arma, a correr mais rápido que eles, e também vai saber parar de correr quando for a hora de enfrentar o "espertinho" que sobrou na perseguição; aprenderá a cantar, a se libertar, a responder em coro e tocar instrumentos musicais, aos poucos sua timidez será dissipada e passará a ter autoconfiança, pois você fará parte de um grupo que te ensina a procurar seus espaços e sempre vai te ajudar a superar as dificuldades. Se preferir, matricule-se no Judô, pois nele você aprenderá que o judoca não provoca brigas, apenas se defende, mas quando vai se defender, é pra valer. Aprenderá que existe uma figura chamada respeito e na verdade terá pena dos agressores por serem tão fúteis e vazios.

Sei que não adianta falar para diretores de escola, pais ou polícia...eu sei que não adianta. Eu já passei por isso. Todos acham que é só briguinha de criança, que não tem problema, mas não imaginam o que se passa na sua cabeça.

Mas você deve se abrir, dizer aos professores, aos seus pais e a todos os que te conhecem e que conhecem os agressores, para que fiquem sabendo quem eles realmente são, já que esses tipos geralmente se fazem de santinhos quando estão em casa, no convívio familiar, porém se transformam em demônios quando resolvem agredir física e verbalmente outros alunos da escola.

E isso é o que você tem que enfrentar, uma batalha interior, uma guerra contra o medo, em que precisa mostrar para si mesmo que pode e deve tomar atitudes inteligentes, racionais e corajosas.

Desvie do grupo agressor, porém se um deles for sozinho, fazer o que geralmente só faz acompanhado, este terá uma bela surpresa.

Mas não encha seu coração de ódio, pois isso vai te prejudicar e tirar o foco de seus estudos, de sua vida e mudar sua personalidade para pior. Seja você mesmo, não deixe que as atitudes dos agressores contaminem sua mente e transformem você em alguém como eles.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 07/07/2009
Reeditado em 08/07/2009
Código do texto: T1686590
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